FAQ



1. Quais são os cinco itens importantes no tratamento inicial das lesões musculoesqueléticas agudas?

1º. Proteção: com o objetivo de evitarem-se novas lesões; p. ex., muletas, tipóias e talas (gessadas ou não).

2º. Repouso: varia desde o repouso absoluto (repouso completo) até alguma atividade ou participação especial (repouso relativo), dependendo da gravidade da lesão.

3º. Gelo: o uso do gelo, isto é, a terapia pelo frio, diminui a dor, o edema e a inflamação.

4º. Compressão: sempre suave; a pressão junto com o gelo reduz ou até evita o edema.

5º. Elevação: a parte lesada, seja membro superior e inferior, é posta acima do nível do coração, para facilitar o retorno venoso, drenando o fluído extravascular para fora da lesão.

6º. Suporte: é um tipo funcional de proteção (ver 1º item), usada quando há uma lesão menor, sem sintomas importantes ou, no caso do esportista, quando estiver voltando à atividade esportiva. Pode ser, p. ex., uma atadura elástica ou uma tornozeleira.

2. Quando e como são usadas as muletas?

Nas lesões agudas da extremidade inferior, devem ser usadas muletas quando a deambulação provocar dor, edema e claudicação, devendo ser mantidas até o desaparecimento dos sintomas e que tenha sido afastada uma lesão mais grave. Deve se usar tala (gessada ou de outro material) quando existir a possibilidade de fratura ou lesão mais grave ou ainda se o paciente referir muita dor. Deve-se lembrar sempre de instruir o paciente quando ao posicionamento do membro lesado de modo a evitar posições que piorem ainda mais a lesão. 3. O repouso é sempre instituído?

Depende da gravidade da lesão. Numa lesão menos grave não necessidade de repouso absoluto, isto é, poderá ser relativo. Quanto mais grave for a lesão, evidentemente mais repouso será necessário, podendo haver necessidade do repouso absoluto.

4. Quando e como é indicado o repouso relativo?

É indicado quando a lesão não for de natureza grave. Nos casos de atletas, uma lesão relativamente leve nos membros inferiores poderá não exigir o uso de muletas, mas apenas que o mesmo não force a área afetada (p. ex., evitar correr ou cortar no vôlei, mesmo que caminhe sem sintomas).

5. Porque o gelo é usado?

O frio, como agente físico, é usado desde os primórdios da humanidade. Fisiologicamente, o frio ou a crioterapiaproduz analgesia, vasoconstrição e controle do edema associados à lesão aguda. Se, associada à lesão inicial, houver espasticidade, esta se reduz se o gelo for aplicado por um período suficientemente longo para alterar o comprimento do músculo. Além disso, o frio produz um retardamento da condução nervosa e do metabolismo. Pode também produzir efeitos de maior duração do que o calor, em virtude da redução do fluxo sangüíneo local devido à vasoconstrição.

6. Quais,então, as cinco indicações gerais da terapia pelo frio?

1ª.Analgesia
2ª.Espasmo muscular
3ª.Inflamação
4ª.Espasticidade
5ª.Diminuição da atividade metabólica


7. Existem contra-indicações para o uso da crioterapia?

Sim, mas muitas das contra-indicações do gelo, como as de todos os agentes físicos, são relativas. A massagem com gelo em um diabético com target=”_blank”>neuropatia e/ou doença aterosclerótica pode ser muito bem usada numa bursite trocantérica (ver em “Perguntas e Respostas sobre ombro – bursites”, no site mas quase nunca em um problema que esteja afetando o pé.

8. Quais as contra-indicações mais comuns da crioterapia?

São a isquemia, a fenômeno de Raynaud, a insensibilidade, a incapacidade de responder à dor, a alergia ao frio e as respostas hitertensivas induzidas pelo frio.

9. Nas lesões agudas o gelo deve ser usado somente nas primeiras 24 horas?

De modo geral, não. Enquanto houver edema, sangramento dos tecidos e principalmente inflamação o gelo pode e deve ser usado.

10. O calor pode ser usado nas lesões agudas?

O calor quase não tem valor na maioria das lesões agudas. Ele aumenta o edema dos tecidos e a inflamação, seja após a ocorrência de trauma ou por excesso de uso. A vantagem do calor é a redução do espasmo muscular; nos casos de entorses, distensõese tendinites, essa vantagem do calor praticamente não existe.

11. Quais os métodos de aplicação do gelo?

Deve-se prender o gelo sob algum tipo de bandagem comprimindo-o no lugar. Uma maneira prática é colocar o gelo, picado em pequenos pedaços ou não, em um saco plástico; outra maneira seria a de se usar sacos de gel que podem ser resfriados novamente. A massagem com gelo, diretamente sobre a pele, pode produzir analgesia local em uma pequena área. A imersão em água gelada é eficaz, mas é difícil de ser suportada.

12. Qual o tempo de aplicação do gelo?

A regra geral é de se aplicar o gelo por 20 minutos, seguida por pelo menos 1 hora sem gelo, para que o gelo não lese a pele e os tecidos se recomponham. Do ponto de vista prático, pode-se usar o gelo como já dito anteriormente, até 5 a 6 vezes por dia. Se o paciente não tolerar o gelo diretamente sobre a pele, pode-se colocar um tecido fino que se interponha entre o gelo e a pele (toalha ou papel, p. ex.). Lembrar que o gelo se usado indiscriminadamente (sem a técnica adequada ou por tempo excessivo) pode ser lesivo para os tecidos (principalmente a pele).

13. Podem ser usadas ataduras sobre o gelo fazendo compressão sobre a área lesada?

Sim. A compressão com gelo reduz o espaço físico do edema, ajudando a dispersar o mesmo, facilitando sua reabsorção. Em áreas onde existam saliências ósseas, lembrar de proteger o local com algum material macio (borracha ou feltro), de modo a não haver compressão direta sobre a pele com conseqüente lesão da mesma e dos tecidos ao redor.

14. No caso de um atleta com lesão aguda pode-se usar algum tipo de suporte?

Podem-se usar tornozeleiras, estribos (ar ou gel),braces duplos para manter o joelho em extensão, faixas de tornozelos e suportes de neoprene.

1. Há diferenças fundamentais entre atletas homens e atletas mulheres?

Sim. Existem diferenças no sistema musculoesquelético e também quanto a fatores biomecânicos (v. biomecânica). Se fizermos uma comparação com o homem, a mulher atleta é mais leve, mais baixa e com a bacia (pelve) mais ampla e larga. Por ter a bacia mais larga, o quadril – articulação entre o fêmur e a pelve (ou região entre a crista ilíaca e o trocanter maior do fêmur) fica mais afastado da linha média e isso faz com que os joelhos sejam mais inclinados para dentro (grau de valgo do joelho maior que no homem); as pernas são menos arqueadas. Também tem seus membros mais curtos em relação ao comprimento das pernas. Ombros mais estreitos, mais inclinados; maior ângulo do cotovelo (maior grau de valgo, isto é, a partir do cotovelo o antebraço e a mão se afastam da linha média). Essas características podem favorecer um aumento de incidência de certas lesões como, por exemplo, a síndrome patelofemoral. Além disso, as mulheres atletas têm maior porcentagem de gordura corporal. Em geral, a maioria dos valores quantitativos para mulheres varia entre dois terços e três quartos dos valores registrados em homens. Inversamente, quando medido em termos de força por centímetro quadrado de área em corte transversal, o músculo das mulheres pode alcançar quase exatamente a mesma força máxima de contração do músculo dos homens – entre 3 e 4 kg/cm2. Para mensurações que forma feitas na mulher atleta, aplicam-se princípios fisiológicos quase idênticos, exceto para as diferenças quantitativas, causadas por diferença do tamanho e composição corporal e da presença, ou ausência do hormônio sexual masculino, a testosterona.

2. Em termos de fisiologia, qual a importância do hormônio masculino (testosterona) e do feminino (estrogênio)?

A testosterona secretada pelos testículos exerce poderoso efeito anabólico no sentido de causar deposição muito aumentada de proteína em todo o corpo, porém especialmente nos músculos. Até um homem que participe de pouquíssima atividade desportiva mas que, não obstante, é bem dotado de testosterona terá músculos que adquirem volume 40% maior do que os de uma mulher comparável, sem a testosterona. O estrogênio, provavelmente, também é responsável por parte da diferença entre o desempenho feminino e masculino, porém não do mesmo grau que a testosterona. Sabe-se que o estrogênio faz aumentar o deposição de gordura na mulher, especialmente nas mamas, quadris e tecido subcutâneo. A mulher não-atleta tem aproximadamente 27% de gordura em sua composição corporal, em comparação com o homem não-atleta, que tem aproximadamente 15%.

3. Os exercícios trazem benefícios para as mulheres?

Sim. Tanto em homens quanto em mulheres, os exercícios feitos de uma forma regular, apresentam efeitos muito benéficos: aumento da capacidade aeróbia, diminuição da pressão sangüínea e freqüência cardíaca e redução da gordura corporal, tudo isso aumentando a proteção contra várias doenças, principalmente arteriosclerose e cardiopatias. Os exercícios (stress ósseo) tendem a promover a deposição óssea, proporcional ao grau de stress ao qual o osso é submetido. Assim, por exemplo, os ossos dos atletas (homens e mulheres) ficam consideravelmente mais pesados do que os de não-atletas, ajudando na prevenção da osteoporose.

4. Nas mulheres, o exercício poderia ter contra-indicações?

Em geral, não. Havia muita superstição sobre a participação da mulher menstruada em competições, que foram totalmente descartadas. Também havia a crença de que mulher, com algum tipo de exercício violento, poderia sofrer danos em seu sistema reprodutor, o que era um mito. Pelo contrário, o testículo do homem são vulneráveis, e em certos tipos de esportes há necessidade de proteção.

5. Há desempenhos diferentes nas diferentes fases do ciclo menstrual?

Mulheres bateram vários recordes mundiais em todas as fases do ciclo menstrual. No entanto, tomando por base levantamentos realizados em atletas do sexo feminino durante a menstruação, pode-se observar diminuição do desempenho.

6. Por que, mais e mais mulheres têm tido melhores desempenhos nos últimos anos?

1. Há mais mulheres participando e, por conseqüência, maior número de mulheres, estatisticamente, participando de competições;
2. Mulheres com treinadores melhores e mais bem preparados;
3. Mais chances para competições em níveis melhores.

7. Existem alterações do ciclo menstrual das atletas por causa dos exercícios?

Sim. A amenorréia ocorre em cerca de 3 a 5% das mulheres (população geral). Nas mulheres que praticam exercícios, essa porcentagem sobe para 15 a 60%. Podem existir outros distúrbios relacionados ao ciclo e ainda não se tem sua real incidência.

8. Qual as explicações (fisiopatologia) do porquê da amenorréia da mulher atlética?

São vários fatores: baixo peso corporal, perda rápida de peso, início súbito de exercícios vigorosos, nutrição inadequada e stresses psicológico e físico. Basicamente, seria por alteração hormonal, além de liberação de substâncias endógenas (v. endógeno).

9. É importante tratar a amenorréia?

Seja a mulher atleta ou não, o maior problema decorrente é a infertilidade. Existe maior incidência de escoliose e fraturas por stress em dançarinas amenorréicas; outras atletas observou-se uma maior incidência de lesões musculoesqueléticas (v. musculoesquelético). O maior risco derivado de um longo período de amenorréia seria a perda da densidade óssea (osteoporose prematura). Os estrógenos e, possivelmente a progesterona, têm efeito protetor sobre os ossos, aumentando a absorção do cálcio e sua deposição nos mesmos. A perda de estrógenos também aumentaria os níveis de lipídios no sangue, originando arteriosclerose prematura. Do mesmo modo poderia levar a maior incidência de câncer dos órgãos da reprodução.

10. Há diminuição do desempenho com a idade?

Em princípio, sim, mas não necessariamente. Se houverem treinamento e motivação, algumas mulheres continuam a melhorar seu desempenho.

11. Pode a mulher não apresentar grande hipertrofia dos músculos quando submetida a treinamento de força?

Não obrigatoriamente. Provavelmente devido aos menores níveis de andrógenos, as mulheres obtêm grandes melhoras com o treinamento de força, sem aumento apreciável de massa muscular.

12. Os estrógenos são modificados pelo exercício?

Os exercícios extenuantes podem baixar os níveis de estrógenos, mas não afetam, obrigatoriamente, o desempenho.

13. As atletas são mais tendentes a lesões?

Não. Desde que haja um bom treinamento não há, em princípio, aumento do número de lesões.

14. Os homens podem ser ultrapassados pelas mulheres em alguma modalidade esportiva?

Sim, em natação de longa distância (travessia do Canal da Mancha).

15. As pílulas anticoncepcionais podem afetar, nas atletas, o desempenho?

Pelo que se tem de literatura disponível, parece que ocorrem pequenas alterações fisiológicas. No entanto, não parecem

1. O que é a osteoporose?

É uma doença que se caracteriza pela diminuição da massa óssea. Em sentido amplo, é uma condição que se caracteriza pela diminuição do tecido ósseo, adelgaçamento das trabéculas dos ossos e redução da opacidade radiológica de todo o esqueleto aos raios X. Manifesta-se principalmente nos indivíduos muito idosos e nas mulheres, depois da menopausa, assim como nos casos de imobilização prolongada, certos distúrbios endócrinos e traumatismos.

2. Quais os sintomas e a partir de qual idade aparecem?

É assintomática e de aparecimento insidioso. Geralmente surge após os quarenta anos.

3. Quais as conseqüências?

Como a diminuição da massa óssea acarreta uma fragilidade dos ossos, as conseqüências são as ocorrências de fraturas.

4. Quais são os locais mais acometidos pelas fraturas?

As regiões mais acometidas são: a extremidade distal do antebraço (punho), a coluna vertebral (achatamento dos corpos vertebrais) e o colo do fêmur (quadril).

5. As mulheres estão mais suscetíveis à doença? Por que?

As mulheres são aproximadamente seis vezes mais acometidas pela osteoporose, mas, os homens também podem desenvolvê-la. Durante a menopausa ocorre a diminuição da produção dos hormônios femininos e esta é a razão principal das mulheres serem mais afetadas.

6. Existe a predisposição genética?

Alguns fatores aumentam as chances de desenvolvimento da osteoporose: histórico familiar de osteoporose, mulheres asiáticas e de origem racial branca, não hispânica e menopausa precoce (antes dos 45 anos) terão muito mais chances de desenvolver osteoporose. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) entre os 60 e 70 anos de idade, uma em cada 3 mulheres, com as características acima, apresentarão osteoporose e as demais, osteopenia.

7. A partir de que idade deve ser feita a prevenção dessa doença?

Embora a osteoporose acometa as mulheres após a menopausa é importante salientar que a produção dos hormônios femininos começa a diminuir, de maneira gradual, bem antes da última menstruação. Daí a importância de se fazer a prevenção ainda quando jovem. Destaque-se a importância do conhecimento de outros fatores de risco além dos já citados: pessoas de composição corporal magra, doenças crônicas que tenham acometido jovens na segunda década de vida (fase importante para a formação de massa óssea), dietas pobres em cálcio (leite e derivados), alcoolismo, tabagismo, disfunção das glândulas tireóide e paratireóide, doenças renais, hepáticas e pulmonares crônicas, doenças intestinais que causam a má-absorção e uso prolongado de corticosteróides.

8. De que maneira a alimentação pode ajudar na prevenção?

Ingerir alimentos ricos em cálcio, diariamente, em quantidades adequadas. A Fundação Nacional de Osteoporose recomenda o consumo de 1.000 mg/dia de cálcio para mulheres de 18 a 40 anos. De 40 anos até a menopausa, 1.200 mg/dia. Na pós-menopausa, 1.500 mg/dia. Além da alimentação, a exposição ao sol (mesmo que por alguns minutos) entre 7:00 e 10:00 horas ativa a vitamina D, importante estimuladora da absorção do cálcio.

9. Quais alimentos são indicados e quais devem ser evitados?

Os alimentos mais indicados são os ricos em cálcio. Desses a principal fonte é o leite, bem como seus derivados. Um copo de leite integral ou desnatado contém a mesma quantidade de cálcio (248 mg). Uma fatia média de queijo fresco contém 205 mg de cálcio. Os vegetais de folhas verde escuro como couve, mostarda e brócolis, sardinhas, ostras e salmão são boas fontes de cálcio, assim como a soja. Não há restrição alimentar.

10. Existe cura? De que maneira?

A avaliação clínica realizada pelo médico é muito importante para que sejam solicitados os exames necessários para se descobrir a causa da osteoporose e então estabelecer o tratamento adequado. Por exemplo, se houver uma doença de base tipo hipertireoidismo, deve se estabelecer o tratamento para esta doença. Hoje existem medicamentos para o tratamento da osteoporose, que se associam ao cálcio e vitamina D. Quanto mais precoce se fizer o diagnóstico melhor a resposta ao tratamento. O diagnóstico é confirmado por um exame denominado densitometria óssea. Devem ser realizados controles periódicos (pelo menos uma vez ao ano) para acompanhamento e avaliação da doença.

11. Quem pratica atividades físicas regularmente tem menos chances de ter o problema? Por que?

Como o sedentarismo é um dos fatores de risco para a osteoporose, a prática de atividades físicas, regularmente, é muito importante para prevenção da doença. Esta prática deve se iniciar na juventude. Os exercícios físicos são úteis na formação e manutenção de ossos fortes.

12. Pessoas que já têm a doença podem fazer exercícios físicos?

Pessoas que são acometidas pela osteoporose podem e devem praticar exercícios físicos. O médico que está acompanhando o paciente é quem deve informá-lo quais exercícios são apropriados.

13. Quais são os exercícios físicos mais indicados?

De uma maneira geral, e se não houver comprometimentos importantes de órgãos vitais, os pacientes mais jovens podem praticar: natação, ciclismo, corridas e esportes em geral. Aos mais idosos recomenda-se: fazer caminhadas, hidroginástica, Yoga, Tai Chi Chuan, sempre levando em consideração o estado clínico de cada um. Como as fraturas são as conseqüências mais sérias nos casos de osteoporose, as quedas e outros tipos de acidentes devem ser evitados. É válido lembrar que a maioria das quedas acontece em casa e este risco aumenta com a idade. Alguns cuidados para que isto não aconteça são:
– Movimentar-se cuidadosamente principalmente em superfícies escorregadias (banheiros).
– Uso de calçados antiderrapantes evitando chinelos e andar de meias.
– Evitar tapetes, passadeiras.
– Cuidados quando estiver utilizando medicamentos que podem provocar tonturas ou sonolência.
– Utilizar óculos ou lentes ajustados à necessidade.
– Evitar subir em cadeiras ou bancos inseguros.
– Utilizar corrimão nas escadas e barras de apoio no boxe do banheiro.
– Manter iluminação no trajeto quarto-banheiro à noite.

1. Como pode ser definida a coluna vertebral?

É o conjunto de vértebras articuladas, sobrepostas umas às outras na parte dorsal do tronco que formam o eixo de sustentação do corpo (tronco), do crânio ao cóccix e também o envoltório protetor da medula espinhal.

2. Qual o tamanho da coluna vertebral no adulto?

Mede, aproximadamente, 60 a 70 cm de comprimento (cerca de 2/5 da altura total do corpo).

3. Quantos ossos compõem a coluna vertebral e como esta é dividida?

A coluna compreende um total de 26 ossos, dos quais 7 são vértebras cervicais, 12 são torácicas e 5 lombares, havendo ainda um sacro e um cóccix.

4. O que é o sacro?

O sacro é um osso grande, único e mediano, de forma triangular e ligeiramente encurvada (de convexidade posterior), resultado da fusão das 5 vértebras sacrais. Articula-se, de cada lado, com a porção ilíaca da pelve, superiormente com a 5ª vértebra lombar e, inferiormente, com o cóccix. Nele está contida a porção terminal do canal vertebral (nesse nível, também chamado de canal sacral). Na face anterior ou pélvica (côncava), apresenta 4 orifícios de cada lado, por onde saem os ramos anteriores dos nervos sacrais. Na face posterior (convexa), os orifícios dão saída aos ramos posteriores desses mesmos nervos.

5. O que é o cóccix?

É um osso pequeno, situado ligeiramente acima e posteriormente ao ânus e que representa o extremo distal da coluna vertebral, formado pela fusão de 4 ossículos, segmentos ou vértebras coccigianas (algumas vezes 5 e, ocasionalmente 3). À semelhança do sacro, tem forma aproximada de uma cunha e possui uma base, um ápice, face pelviana e dorsal e duas bordas laterais. O 1º segmento é soldado parcial ou totalmente com o sacro. O 2º pode mover-se em relação ao primeiro e conserva este movimento mesmo que o 1º esteja soldado com o sacro. O 3º e 4º segmentos são bem rudimentares.

6. As vértebras são todas iguais?

Não. Da cabeça à pelve, a coluna suporta progressivamente mais peso. As vértebras tornam-se, pouco a pouco, maiores até o sacro e, a partir daí, vão decrescendo em tamanho. Cada vértebra acima da última lombar é mais alta do que a imediatamente acima dela. As vértebras de cada grupo (cervical, dorsal, lombar) também são dotadas de características individuais.

7. Particularizando, quais as características mais chamativas das vértebras cervicais?

São as que se situam entre o crânio e o tórax. Como características diferenciais apresentam um forame em cada processo transverso (um em cada lado). Este forame (forame transverso) dá passagem à artéria vertebral (exceto a 7ª vértebra cervical), às veias vertebrais e a um plexo simpático. A 1ª vértebra é chamada atlas e o crânio repousa sobre ela (tem esse nome em alusão a Atlas, personagem mitológico que sustentava o céu). A 2ª é chamada axis porque apresenta um eixo em torno do qual o atlas se move, com o crânio (as duas primeiras são vértebras de transição enquanto que as outras, da 3ª até a 6ª, são tidas como típicas).

8. Como eixo do corpo, como a coluna consegue ser rígida e elástica ao mesmo tempo?

É flexível em virtude de ser constituída de muitas partes ligeiramente móveis, as vértebras. Sua estabilidade decorre, em grande parte, dos ligamentos e músculos. No entanto, parte da estabilidade, dependeria da forma da coluna e das partes componentes. Kapandji expôs uma idéia interessante de como conciliar dois objetivos mecânicos contraditórios: a rigidez e a elasticidade. Segundo ele, a coluna vertebral poderia fazê-lo graças a sua estrutura fixada, em seu conjunto, semelhante a um mastro de navio. O mastro (coluna) estaria apoiado sobre a pelve, elevar-se-ia até a cabeça e, ao nível dos ombros, suportaria uma grande verga transversal: a cintura escapular. Em todos os níveis existiriam tensores ligamentares e musculares, dispostos a maneira de cordames, isto é, ligando o próprio mastro à sua base de implantação, a pelve. O segundo sistema de cordame encontrar-se-ia disposto sobre a cintura escapular formando um losango com o grande eixo vertical e o pequeno eixo transversal. Este conjunto daria condições a que os tensores musculares ajustassem automaticamente a sua tensão, restabelecendo o equilíbrio (por ação do SNC). A elasticidade é devida, como visto acima, à sua constituição por múltiplas peças sobrepostas, ligadas umas às outras por elementos ligamentares e musculares. A estrutura, dessa maneira, poderia deformar-se continuando rígida sob a influência dos tensores musculares. Como um exemplo prático, poderíamos citar o fato de que tanto faz o indivíduo estar em pé, apoiado sobre os dois pés ou em um pé somente ou, ainda, “andar” apoiado sobre as mãos, a coluna tem flexibilidade e, do mesmo modo, rigidez (lembrando a imagem náutica, as vergas – pelve e cintura escapular – são simétricas, assim como os cordames, que se cruzam).

9. Quais as curvaturas normais da coluna vertebral?

A coluna vertebral adulta, no plano sagital (facilmente visíveis em radiografias de perfil), apresenta 4 curvaturas: cervical, torácica, lombar e sacral. As curvaturas torácica e sacral são chamadas primárias, porque estão na mesma direção da curvatura da coluna vertebral do feto. As curvas secundárias, cervical e lombar, aparecem antes do nascimento e são devidas, principalmente, a diferenças de espessura entre as partes anterior e posterior dos discos intervertebrais, mais alta anteriormente (as primárias são devidas a diferenças em altura entre a face anterior e posterior dos corpos das vértebras, mais alta posteriormente). A curva cervical torna-se proeminente à medida que a criança começa a sustentar e a girar a cabeça e ambas as curvas, cervical e lombar, vão se tornando mais evidentes com a aquisição da postura ereta (vertical). A lombar (lordose) é também mais proeminente na mulher.

1. Toda dor lombar baixa é indicativa de alguma patologia da coluna vertebral?

Não. A dor lombar mais freqüente tem origem na coluna vertebral, mas existem outras causas não ortopédicas.

2. O que é lombalgia?

Genericamente, dor na região lombar, devida a lesões da coluna lombar ou também afecções que atingem as vísceras situadas naquela região (como, p.ex., o rim).

3. Quais as grandes categorias de dor lombar baixa?
– Inflamatória
– Degenerativa
– Traumática
– Metabólica
– Infecciosa
– Neoplásica
– Congênita
– Psicogênica
4. Em ortopedia, se um paciente tem dor lombar e um exame radiográfico revelar alguma alteração anatômica, pode-se dizer que o mesmo tem lombalgia (clinicamente)?

Mesmo se houver a presença de osteófitos vertebrais ou um espaço entre as vértebras diminuído (alteração provável do disco intervertebral), não se pode deduzir que haja a doença clínica, pois esses achados são comuns em pacientes assintomáticos (são os chamados achados radiológicos).

5. Qual o desafio diagnóstico nos casos de lombalgia?

A grande maioria dos pacientes com quadro de dor lombar melhorará em 1 a 4 semanas (até 2 meses), não havendo necessidade de avaliações além da história inicial, exame físico e eventual radiografia simples. O desafio diagnóstico consiste na identificação daqueles pacientes que requerem avaliação mais completa ou urgente.

6. Quais os sinais e os sintomas que indicariam que o paciente com dor lombar baixa poderia ter uma causa grave para a mesma?

Os sintomas e os sinais a seguir indicam causa mais grave para a dor lombar baixa:
– Dor persistente que não muda de localização, melhora com o repouso ou é aliviada em posição supina com flexão dos quadris => infecção, câncer ou lesões ósseas;
– Febre, calafrios ou perda de peso => infecção, câncer;
– Pacientes se retorcendo na mesa de exame, incapaz de deitar-se pela dor => aneurisma da aorta, litíase renal, rotura visceral;
– Paciente piora andando, com irradiação para as pernas, exacerbando-se com a extensão da coluna espinhal e melhorando sentado, em flexão => estenose do canal espinhal;
– Dor e rigidez (acima de 30 minutos), pior pela manhã => espondiloartropatia (artrose da coluna) – v. espôndilo e artropatia;
– Irradiação bilateral da dor => câncer, hérnia de disco central, espondiloartropatia;
– exame neurológico anormal: déficit sensório/motor, disfunção intestinal e vesical, anestesia em sela, sinal de Babinski, clônus => compressão de raiz nervosa, câncer, hérnia discal central;
– Dor lombar crônica em adultos jovens com limitação progressiva da mobilidade do dorso e da expansão do tórax (espondilite anquilosante);
– Dor durando mais que 2 meses.

7. Qual o diagnóstico diferencial em pacientes atendidos inicialmente com dor lombar?


1º. infecção (urinária, por exemplo);
2º. câncer;
3º. doença lombar;
4º. condições não-reumatológicas (especialmente um aneurisma aórtico);
5º. deficiências neurológicas importantes também requerem identificação. Por exemplo, aquelas causadas por hérnia de disco; Se não houver evidência de qualquer uma das hipóteses acima, a terapia será, em princípio, conservadora (medicação, educação e, se necessário, repouso no leito por 2 a 3 dias).

8. Com que freqüência um adulto pode ser acometido de dor lombar?

Adultos podem ser acometidos de dor lombar numa freqüência que varia de 10 a 17%, anualmente. Por outro lado, a dor lombar é muito comum, podendo ser experimentada por cerca de 80% da população em qualquer época.

1. O que é inflamação?

Inflamação é a reação do tecido vivo vascularizado a uma lesão local.

2. Como é desencadeada?

É desencadeada por:
a. infecções microbianas
b. agentes físicos
c. substâncias químicas
d. tecido necrótico e
e. reações imunológicas (v. imunologia).

3. Qual é a função da inflamação?

a. conter e isolar a lesão
b. destruir os microrganismos invasores
c. inativar as toxinas e
d. preparar o tecido ou o órgão para a cicatrização e reparação.

4. Independente dos benefícios acima, a inflamação poderia ser nociva?

A inflamação e o processo de reparação podem ser potencialmente nocivos, causando reações de hipersensibilidade potencialmente fatais e lesão orgânica progressiva, com inflamação crônica e também pode resultar em fibrose permanente.

5. Quais os principais eventos na inflamação?

A inflamação aguda é constituída de três componentes:
a. alterações no calibre vascular, que provocam aumento do fluxo sanguíneo
b. alterações estruturais na microvascularização, que permitem a saída de proteínas plasmáticas e leucócitos da circulação, produzindo exsudato inflamatório
c. emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo nos focos de lesão.

6. Quais os sinais clínicos da inflamação?

Essas alterações produzem os sinais clínicos clássicos da inflamação. Existem quatro sinais cardeais da inflamação:
a. Calor
b. Rubor
c. Edema (tumor)
d. Dor.
Foi acrescido um quinto sinal clínico, a perda de função (functio laesa) como sinal clássico.

7. Dentro dos eventos que ocorrem no processo inflamatório, qual a importância das alterações do fluxo e calibre vasculares?

Constituem um dos três principais componentes da resposta inflamatória. Surgem imediatamente após a lesão e desenvolvem-se em velocidades variáveis, dependendo da gravidade da lesão.

8. Quais são os componentes e seqüência desta etapa?

Inicialmente, ocorre vasoconstrição transitória das arteríolas. Em seguida ocorre vasodilatação, resultando em aumento do fluxo sanguíneo, que constitui a causa do calor e do rubor. Surge, por fim, uma redução da velocidade da circulação em decorrência do aumento da permeabilidade vascular, resultando em estase. O aumento da permeabilidade é a causa do edema. Com a lentidão da circulação, os leucócitos maiores afastam-se da corrente axial e inicia-se a marginação dos leucócitos, um prenúncio dos eventos celulares.

9. Qual a importância do aumento da permeabilidade vascular?

Este evento propicia o escape de líquido rico em proteína no interstício.

10. Quais são os mecanismos que propiciam o aumento da permeabilidade vascular na inflamação?

A troca normal de líquidos depende da lei de Starling e da integridade do endotélio. Segundo a lei de Starling, o equilíbrio normal dos líquidos é modulado principalmente por duas forças opostas:
1. a pressão hidrostática, que resulta na saída de líquido da circulação e
2. a pressão coloidosmótica (v. colóide e osmose) do plasma, que resulta no ingresso de líquido nos capilares.
Na inflamação ocorre aumento da pressão hidrostática, causado pela vasodilatação e redução da pressão osmótica, devido ao extravasamento de líquido rico em proteínas através de um endotélio com permeabilidade aumentada – resultando em acentuado efluxo de líquido e formação de edema.

1. Por que é importante atividade física no idoso?

Porque tem aumentado progressivamente a proporção da população de idosos. Também porque, em geral, os idosos são mais sedentários do que os mais jovens, sofrendo mais de problemas clínicos que provocam deficiências funcionais, maior dependência e mais utilização dos serviços de saúde.

2. A partir de quando, isto é, com que idade os indivíduos começam a apresentar incapacidades capazes de afetar suas atividades?

Nos dois sexos as incapacidades geralmente se manifestam aos 60 anos e aproximadamente 1/3 dos indivíduos acima dos 65 anos apresenta alguma deficiência ao fazer atividades, tais como a caminhada.

3. É o exercício benéfico para o idoso?

Não podemos esquecer as vantagens de um padrão de vida onde esteja incluída a atividade física constante, visando a prevenção dos efeitos dos desgastes naturais e do envelhecimento. Pessoas que sofrem de artrose (osteoartrose), fraturas ou mesmo derrame cerebral podem se beneficiar muito, do ponto de vista terapêutico, com um programa de exercícios metódico.

4. Quais são as vantagens do exercício feito de maneira regular no idoso?

Citamos algumas:
– melhora no débito cardíaco;
– queda da freqüência cardíaca de repouso;
– redução do colesterol
– queda da pressão sangüínea;
– melhora da ventilação alveolar por minuto;
– melhora da capacidade vital expiratória forçada (CVF);
– melhora da densidade óssea;
– melhora da força muscular, flexibilidade e coordenação. E ainda, como resultado de exercícios regulares:
– melhora do humor e da auto-estima;
– redução da ansiedade e da depressão;
– aumento da sociabilidade;
– redução do tempo ocioso.

5. Como se pode iniciar um programa de exercícios no idoso?

O médico antes deve fazer uma avaliação das necessidades e objetivos do idoso, após um exame completo, avaliando o nível de atividade e de capacidade funcional, determinando os objetivos do indivíduo em particular. Para a maioria, os objetivos são a melhora da mobilidade e de outros aspectos funcionais; para outros, a obtenção de níveis profissionais. O médico deverá prescrever as etapas progressivas e corrigir objetivos não realistas. Se os objetivos forem desproporcionais às capacidades físicas, reorientá-los para outros mais modestos.

6. O que deve ser avaliado antes do programa de exercícios?

Na história, devem ser incluídas as doenças anteriores e as atuais, se houverem; as lesões anteriores e a medicação que porventura esteja sendo utilizada. Se houverem lesões prévias, determinar o grau de recuperação funcional, pós-lesão. Devem haver também a avaliação da capacidade funcional, do estado nutricional, da função cardiovascular e também das funções neurológica e psicológica. Não que seja a mais importante, mas uma avaliação do sistema músculo-esquelético deve ser bastante acurada visando o grau de amplitude de movimentos, da flexibilidade, da força e dos tratamentos realizados anteriormente.

7. Deve haver algum tipo de teste de tolerância ao exercício no idoso?

Sim. Os pacientes que porventura necessitarem de uma supervisão estrita devem ser submetidos a testes por especialistas (em princípio, cardiologistas e/ou angiologistas). Os pacientes com as seguintes histórias anteriores devem fazer teste de esforço supervisionado:
• Infarto do miocárdio recente ou pós-operatório de pontes de safena.
• Presença ou necessidade de marca-passo.
• Uso de medicações cardíacas, crono ou inotrópicas [v. crono-, ino-, trop(o)].
• Presença de obesidade mórbida, associada a vários fatores de risco coronarianos.
• Depressão do segmento ST em repouso.
• Hipertensão severa.
• Claudicação intermitente. Em geral, muitos pacientes do grupo dos atletas idosos precisam de algum teste de exercício antes da instituição de um programa. As condições clínicas e ambientais que exigem moderação de atividade e precaução na prescrição de exercícios são:
a) Precaução:
– Infecção virótica ou resfriado.
– Dor torácica.
– Arritmias cardíacas (v. arritmia cardíaca).
– Asma induzida por exercício.
– Atividade física prolongada, não habitual.
– Distúrbios de condução do coração
b) Moderação:
– Calor extremo e umidade relativa elevada.
– Frio extremo, especialmente quando houver ventos fortes.
– Após refeições pesadas.
– Exposição a lugares de grande altitude (mais de 1700 metros).
– Lesões musculoesqueléticas importantes.

8. O que se pode fazer para que o idoso fique interessado em exercícios?

Costumeiramente, o estilo de vida do idoso tende a ser sedentário. Deve-se, no entanto, tentar mostrar e fazer o idoso entender as vantagens do exercício regular e, também, que os exercícios tendem a melhorar a sociabilidade e que podem ser divertidos. Nessa explanação os objetivos devem ter significado para o idoso, serem possíveis de serem alcançados e realistas. Deve ser realçada a vantagem das atividades em grupo; os pacientes devem ser avaliados, periodicamente, para que se possam mostrar os progressos alcançados. Sobretudo, é muito importante o auxílio por parte dos cônjuges, amigos e família para que o paciente inicie e mantenha um programa de exercícios.

9. Existe alguma limitação com relação a fatores ambientais para que o idoso pratique exercícios?

Sim. Por conta da própria faixa etária, podem ser mais susceptíveis à influência de vários fatores relacionados ao ambiente, principalmente quanto a termorregulação e também quanto ao uso de medicação. A exposição, às vezes nem tão prolongadas a temperaturas e umidade elevadas podem predispor a riscos e lesões, principalmente desidratação e choque térmico. O tratamento com diuréticos tende a aumentar esse risco. Também exposição prolongada ao sol pode levar a lesões da pele (queimadura pelo sol e ceratose pré-maligna e ao próprio câncer de pele).

10. De que maneira o frio pode afetar o idoso?

A exposição ao frio pode produzir lesões, tais como a queimadura pelo frio, úlcera e hipotermia (as duas primeiras mais comuns em países com inverno rigoroso). Os problemas mais comuns são a angina e o broncoespasmo induzidos pelo frio, além de piorar outros problemas respiratórios já existentes (broncoespasmo alérgico e doença pulmonar obstrutiva). Fatores predisponentes:
• doenças crônicas
• desnutrição
• má hidratação
• efeitos de medicamentos utilizados

11. Como se precaver quanto aos efeitos nocivos ambientais?

Um enfoque importante é o relacionado com a vestimenta. Esta deve proporcionar isolamento adequado no frio e ventilação e aeração suficientes no calor. No tempo mais quente a ventilação é muito importante para que haja a dissipação do calor necessária e, desse modo, evitar o superaquecimento. No calor, lembrar que, além das roupas para proteção dos efeitos nocivos do sol, faz-se necessária a proteção das áreas expostas da pele através de cremes solares. As roupas devem ser ajustadas ao corpo, nunca limitando ou restringindo movimentos.

12. Quais as condições que podem interferir na realização dos exercícios?

Tanto os antecedentes clínicos quanto os medicamentos em uso devem ser revisados e poderão levar a adaptações antes do início dos exercícios.

1. Pode a criança participar de esportes competitivos?

Sim. Qualquer programa de esporte, quando bem organizado e supervisionado, oferece às crianças uma experiência muito positiva. Lembrar sempre que as crianças não são pequenos adultos e que as suas necessidades são totalmente diferentes. A qualidade dessa experiência dependerá sempre do local, do treinador, do treinamento instituído e da criação da jovem.

2. Quais os objetivos principais dos esportes juvenis?

Que a criança tenha prazer, que tenha condições de aperfeiçoar suas habilidades, que esteja em forma e que aprenda a competir.

3. Qual o principal problema no treinamento?

O mais interessante em esportes para crianças são as oportunidades de crescer como indivíduo e também satisfação pessoal e, daí, o conseqüente prazer e alegria pessoais. O fato de se chegar à vitória é secundário. Alguns esportes, principalmente os apresentados pela televisão, dão muita ênfase à vitória; isto nunca deverá ser o objetivo principal. Um bom treinador ensinará sempre o correto equilíbrio entre competição e cooperação. Para crianças mais jovens, não há nem mesmo necessidade de escore ou contagem de pontos. À medida que a criança for crescendo e, como conseqüência natural, forem aumentando suas experiências e interesses, vai aumentar também a intensidade da competição em si.

4. Qual a importância do treinador em relação à auto-estima?

Um treinador bem preparado sabe muito bem como aumentar a auto-estima das crianças, mesmo porque qualquer criança com baixa auto-estima é mais vulnerável. Nesse caso, elas necessitam de uma boa experiência atlética, ganhando muito com um bom treinamento.

5. Qual é a importância dos pais e do treinador?

Os pais representam um papel primordial na experiência atlética das crianças. Com pais interessados e treinadores eficazes a criança ganha muito em alegria e crescimento. Se houver deficit por parte dos pais ou do treinador, a criança tende sempre a sair prejudicada.

6. Qual o principal problema na formação do atleta mirim?

A auto-estima. Nesse aspecto é fundamental o papel dos pais – “Caminhe procurando algo correto para seu filho fazer” (Blanchard e Johnson). O aplauso, sempre repetido, das habilidades crescentes aumentam, na mesma proporção, a auto-estima e a motivação para participar.

7. Qual o papel dos pais?

Os pais devem estimular e ajudar seus filhos “por fora”. Nenhuma criança compreende o motivo ou gosta que seus pais “briguem” com o treinador ou com o juiz, em qualquer hipótese. Quando os pais são participativos, os filhos sabem que são amados pelo que são e não pelo que sabem fazer, seja no campo, seja na sala de aula.

8. E quando os pais também (ex)atletas querem experimentar, eles mesmos, o sucesso dos filhos?

Os pais atletas “vicariantes” pressionam os filhos para que se destaquem no atletismo, experimentando, eles mesmos, o sucesso dos filhos. O resultado é sempre uma forma limitadora, estranha e errônea de “encorajamento e auxílio”. À medida que as expectativas dos pais vão crescendo, a criança começa a limitar sua participação em apenas um dos esportes oferecidos. Qualquer sucesso vem sempre seguido de novas expectativas de maiores e maiores performances, isto é, ganhar e ganhar sempre, o que acaba se tornando uma armadilha para a criança. Para não ter que competir, o único caminho vislumbrado pela criança, sem desapontar os pais, é apresentar algum tipo de lesão: ginastas com dores nas costas, nadadores com dores nos ombros, patinadores com dores nos joelhos, etc. É aí que entra em ação o médico, exigindo deste grande capacidade de comunicação para alterar esse tipo de padrão doloroso, infelizmente bastante comum na prática diária.

9. Existe algum tipo de regra quanto à idade da criança para participar nos esportes?

A principal consideração deve levar em conta o nível de maturidade física e emocional da criança.

10. Existe alguma forma de organizar esportes para crianças em diferentes níveis de participação na pré-puberdade?

A classificação atlética baseada na idade pode levar a muitos enganos sobre a força, a coordenação e o tamanho (não esquecer que o início da puberdade varia muito em relação ao sexo e à idade). A escolha dos participantes exige grande tato e sensibilidade por parte do treinador.

11. Meninos e meninas podem treinar ou jogar juntos?

Em princípio, todos concordam que sim. Poderiam jogar ou treinar juntos, com segurança, antes da puberdade. Depois de instalada a puberdade, a situação seria ditada pela demanda. Ou seja, nos casos em que as meninas conseguirem por mérito próprio a participação em esportes como, por exemplo, de contato ou colisão, não há porque não participar (e, com freqüência, vencem).

12. Nos jogos em equipe, a criança deveria jogar em time perdedor ou ficar no banco de um time vencedor?

Pesquisas mostraram que mais de 90% preferiam jogar em time perdedor a ficar no banco de time vencedor. Os esportes em equipe envolvem o compromisso de que cada criança jogue, pelo menos, a metade do jogo.

13. Há algum tipo de esporte que as crianças devam evitar?

Sim: boxe e salto ornamental, por exemplo. O boxe entre crianças apresenta grandes riscos de lesões da cabeça, por danos cerebrais, além do evidente aspecto negativo de atingir e intimidar outra criança. O salto ornamental deveria ser praticado somente sob estreita supervisão de instrutores altamente preparados e treinados.

14. O treinamento de força é seguro em crianças?

As opiniões são bastante divergentes. No entanto, há um consenso geral de que qualquer treinamento de força é seguro quando houver supervisão de um treinador com experiência no uso de força específica e adequada à idade da criança.

15. Há alguma orientação básica para o treinamento de força em atletas jovens?

Sim. Em 1985, a American Orthopaedic Society for Sports Medicine (AOSSM) e a National Strength Coaches Association desenvolveram um conjunto de orientações:
1) necessidade de exame físico antes da participação;
2) necessidade de que a criança tenha maturidade emocional para aceitar o treinamento;
3) supervisão por treinadores competentes, com experiência em treinamento de força adequado para cada faixa de idade;
4) treinamento de força apenas como parte de um programa mais amplo destinado a aumentar outras habilidades motoras e níveis de aptidão;
5) aquecimento e resfriamento adequados;
6) todos os exercícios executados através de uma ampla gama de movimentos;
7) sem levantamentos que atinjam a capacidade máxima individual;
8) treinamento inicial sem resistência para aprender as técnicas apropriadas;
9) de 6 a 15 repetições por conjunto;
10) pequenos incrementos de carga (máximo de 1,5 Kg), aumentando os níveis de resistência;
11) sessões de treinamento de força de 20 a 30 minutos, até 3 vezes por semana e
12) competição proibida, com mais ênfase no levantamento concêntrico do que no excêntrico (no concêntrico, a maior resistência se dá quando os músculos contraem e se distendem; no excêntrico, a maior resistência ocorre quando os músculos estão se distendendo e relaxando).

16. O treinamento com pesos aumenta a força de atletas pré-adolescentes e adolescentes?

Sim. Os jovens aumentam significativamente sua força com o treinamento com pesos. O principal componente é o desenvolvimento da habilidade, com melhora real da força. Os maiores aumentos surgem depois de entrada franca da puberdade.

17. As crianças pequenas são mais predispostas a lesões?

Não. Em geral, as menores apresentam menos lesões que as mais velhas. A incidência de lesões vai aumentando progressivamente com o aumento da idade da criança. Esse aumento estaria relacionado com o fato de, após a entrada definitiva na puberdade, esses atletas se tornarem mais fortes, maiores e mais rápidos.

18. As meninas têm mais facilidade para sofrerem lesões?

Em princípio, não. Naqueles esportes onde há igual participação de meninos e meninas os índices são os mesmos. Naqueles em que as modalidades são as de contato e colisão os meninos apresentam um índice total de lesões maior.

1. O que é o cóccix?

É um osso pequeno, situado ligeiramente acima e posteriormente ao ânus e que representa o extremo distal da coluna vertebral, formado pela fusão de 4 ossículos, segmentos ou vértebras coccigianas (algumas vezes 5 e, ocasionalmente 3). À semelhança do sacro, tem forma aproximada de uma cunha e possui uma base, um ápice, face pelviana e dorsal e duas bordas laterais. O 1º segmento é soldado parcial ou totalmente com o sacro. O 2º pode mover-se em relação ao primeiro e conserva este movimento mesmo que o 1º esteja soldado com o sacro. O 3º e 4º segmentos são bem rudimentares.

2. Quais os músculos que se inserem no cóccix?

São 4: o glúteo máximo posteriormente, o coccígeo anteriormente, o esfíncter do ânus no ápice e o elevador do ânus na face posterior do ápice.

3. Qual a importância da mobilidade do cóccix?

Tem importância durante o trabalho de parto pois amplia o canal pélvico.

4. O que é a coccigodinia?

O cóccix pode ser a sede de um estado doloroso conhecido por coccigodinia que, freqüentemente, sucede a um traumatismo (fratura ou contusão) e é mais comum em mulheres.

5. Porque a coccigodinia e as fraturas do cóccix são mais comuns em mulheres?

Provavelmente por causa da maior largura da pelve feminina, o cóccix se situa relativamente mais baixo que no homem e, portanto, mais exposto e mais susceptível a traumas.

6. Além das quedas que podem ser a causa de fraturas do cóccix, existem outras causas?

Sim. Podem também ocorrer durante manobras obstétricas e ginecológicas.

7. Quais são os sintomas mais evidentes das fraturas do cóccix?

dor no local ao sentar e ao defecar (devido ao espasmo dos músculos anucoccígeos, principalmente o m. elevador do ânus); dor e sensibilidade agudas situadas sobre a área do cóccix; em traumas recentes, edema e equimose na região sacral; pode haver saliência e sensibilidade na junção sacrococcígea; dor ao passar da posição sentada para a posição em pé (pelo fato das fibras inferiores do m. glúteo máximo estarem inseridas no cóccix);

8. Qual é o tratamento para as fraturas do cóccix?

O tratamento é basicamente clínico: medicação – antiinflamatórios não hormonais e analgésicos; repouso no leito por, aproximadamente, uma semana, sendo o suficiente para o alívio dos sintomas; enfaixar as nádegas (alguns pacientes sentem alívio; em outros, pode agravar a dor); sentar em “bóias” (de espuma, de inflar ou de água), enquanto perdurarem os sintomas; alguns pacientes encontram melhor posição para se sentar apoiando-se em uma das nádegas ou inclinando o corpo pata trás e apoiando-se sobre o sacro; outros preferem sentar-se em superfície dura (nesse caso, apoiando-se sobre ambas as tuberosidades isquiáticas); “banhos de assento” ajudam no sentido de aliviar o espasmo muscular; nos casos em que o paciente seja obstipado, medicação para amolecimento das fezes.

9. Pode haver necessidade de cirurgia?

Em alguns casos poderia ser feita a redução incruenta, mas existe tendência dos fragmentos voltarem a desviar por ação dos músculos inseridos no cóccix. Nos casos onde a dor se torne crônica e insuportável poderia ser feita a coccigectomia (remoção cirúrgica do cóccix); v. -ectomia.

1. Qual o papel do ombro em relação a extremidade superior como um todo?

Durante a evolução do ser humano, o ombro foi se adaptando à posição plantígrada adotada pelo homem, transformando-se em uma estrutura bastante complexa. O ombro sustenta todo o membro superior e, ao mesmo tempo, serve de base a partir da qual a extremidade superior pode funcionar como um órgão preênsil. Ao mesmo tempo, coloca a mão do homem em, praticamente, qualquer lugar do espaço que ele deseje. Permite também que o membro superior levante grandes pesos e também os sustente, tanto abaixo como acima do plano horizontal que passe por ele.

2. Qual a importância da relação que o ombro tem com os movimentos das extremidades inferiores, pelve e tronco?

Essa associação faz com que o braço (e o restante do membro superior) possa arremessar objetos, a partir do tronco, com velocidade e força, tanto abaixo como acima do plano horizontal. É bom lembrar que todos os movimentos do membro superior necessitam de uma base estável e, muitos desses movimentos, são efetuados com grande força. Os mecanismos especializados e intrínsecos do ombro dão essa condição.

3. Do ponto de vista funcional, quais as articulações que compõem a articulação do ombro?

Do ponto de vista funcional, a chamada cintura escapular é responsável pelo mecanismo braço-tronco. Essa articulação, do ponto de vista anatômico e, principalmente, do ponto de vista funcional, é composta de quatro articulações:
1) glenoumeral [v. glen(o)-]
2) acromioclavicular [v. acromi(o)-]
3) esternoclavicular [v. estern(i/o)-]
4) escapulotorácica [v. escapul(o)-]

4. Porque a articulação do ombro é a que apresenta maior amplitude de movimento e mobilidade no corpo humano?

Deve-se essa amplitude às três articulações diartrodiais (v. artródia)– glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular – em combinação com uma articulação plana entre a escápula e o gradeado costal (mais especificamente, está separada do tórax pelo músculo serrátil anterior), a escapulotorácica – na verdade, não considerada como uma articulação verdadeira.

5. O que é o ritmo escapuloumeral e para que serve?

É o movimento coordenado, complexo, envolvendo grupos musculares que agem sobre diversos ossos e articulações da região do ombro. É importante para avaliar-se a função do ombro.

6. Com relação ao ritmo escapuloumeral, o que acontece quando se pede ao paciente para que eleve o braço acima da horizontal?

Durante a elevação num plano frontal, o úmero é rodado lateralmente; de outro modo o tubérculo maior entraria em contato com o acrômio. Se a rotação lateral é evitada, a elevação é limitada e a paralisia dos rotadores laterais pode simular o enfraquecimento da elevação. A abdução verdadeira, no plano da escápula, não envolve rotação umeral. A importância da rotação lateral na elevação pode ser testada como se segue: com os braços pendentes aos lados, flexionar os antebraços num plano sagital até que os dedos apontem para diante (cerca de 90º de flexão). A seguir, abduzir ambos os braços num plano frontal. Será difícil ou impossível elevá-los muito acima da horizontal; o tubérculo maior, então, justapõe-se ao acrômio e ao ligamento coracoacromial. Em seguida, rodar os braços de modo a fazer com que os dedos apontem para cima; a elevação até a vertical pode ser, agora, efetuada.

7. Qual é o papel da articulação escapulotorácica na movimentação do ombro?

É uma estrutura plana, triangular, com uma borda medial delgada. Está localizada na parede póstero-lateral do tórax, dentro de uma massa muscular de várias camadas e que pode movimentar-se em todas as direções. Essencialmente, a escápula é uma estrutura óssea flutuante, livre, exceto por suas inserções com o ligamento coracoclavicular (com a clavícula) e sua articulação acromioclavicular (idem). Mesmo nestes pontos, tem uma margem relativamente livre de movimento – pode mover-se para cima, para baixo, medial e lateralmente e também rodar em qualquer sentido sobre a parede torácica. Através de seus mecanismos musculares intrínsecos, a escápula funciona com uma base tanto estável como móvel para a extremidade superior (ver perguntas e respostas 1 e 2 e 6 acima).

8. Como se dá a suspensão do ombro acima da clavícula?

Às custas de um potente sistema de músculos elevadores, composto pelo trapézio, o esternocleidomastóideo e músculo levantador da escápula. As funções do trapézio são as mais complicadas e, hipoteticamente, esse músculo pode ser dividido em 3 partes: superior, média e inferior. Atuando como uma só unidade (as três partes em conjunto), sustém e mantém o ombro para trás. O segmento superior, junto com o levantador da escápula, eleva o ombro (movimento típico de “dar de ombros”). Esse mesmo segmento, junto com as fibras médias, leva a cintura para cima e para dentro. A porção média também participa na elevação do braço fixando a escápula contra a caixa torácica. O trapézio tem também o papel principal na rotação da escápula ao redor da parede torácica durante a circundução do braço.

9. O que é a chamada articulação esternoclavicular?

É uma articulação sinovial formada pela extremidade esternal da clavícula, isto é, extremidade que se articula com o osso esterno, que se fixa à porção lateral e posterior do manúbrio do esterno e à cartilagem da primeira costela.

10. O que é a articulação acromioclavicular?

A articulação acromioclavicular tem uma forma plana ou ligeiramente oval e está situada entre a extremidade distal da clavícula e a borda medial do acrômio. É uma articulação sinovial, tendo, internamente um menisco fibrocartilaginoso, que, com freqüência está ausente.

11. Qual a importância dessa articulação como causa de patologias relacionadas ao ombro?

Tem sido descritas formas variáveis de acrômio no plano sagital (plano, curvo e gancho), destacando-se as formas em “gancho”, que estariam relacionadas com as lesões do manguito dos rotadores. A partir do estudo dessas formas, tipo gancho, apareceram técnicas cirúrgicas que modificam essa forma, aplainando o acrômio e aumentando o espaço chamado subacromial, isto é, o espaço entre o acrômio e o manguito dos rotadores, logo abaixo.

12. Como se dá a suspensão abaixo da clavícula?

Tanto a escápula quanto o braço estão suspensos abaixo da clavícula pelo ligamento coracoclavicular, ligamentos coracoumeral a capsular, o manguito rotador e o m. deltóide.

13. Por que a articulação do ombro é a mais sujeita ao deslocamento?

O ombro é a articulação do corpo humano que apresenta maior grau de mobilidade. Em virtude de sua grande mobilidade, os componentes estáticos e dinâmicos que asseguram a estabilidade, assumem grande importância (em termos práticos, é o que se denomina de “partes moles” e as outras estruturas ósseas). Em decorrência dessa mobilidade, a articulação do ombro é a que apresenta maior predisposição ao deslocamento.

1. O que é uma bursa ou bolsa sinovial?

É uma cavidade em um espaço potencial que tem a finalidade de facilitar o deslizamento de um tecido sobre o outro. Ocasionalmente, uma bursa pode comunicar-se com uma articulação adjacente.

2. Qual a origem da palavra bursa?

Do latim bursa,ae ‘bolsa, receptáculo, mercado de bens e moedas’, do grego búrsa,és ‘pele curtida, couro, odre para vinho’, dá origem ao português borsa, modulando para. bolsa no séc. XVI ‘bolsa, saco (que contém dinheiro)’; no português a alternância -rs- > -ls- tem sido explicada como hiperurbanismo, e no espanhol pela raridade do grupo -rs-, quase inexistente no castelhano primitivo.

3. Quantas bursas existem no corpo humano?

São 78 bursas em cada lado do corpo humano. 4. Existe a possibilidade de formação de novas bursas?

Sim. A maioria se diferencia como tal durante o desenvolvimento, mas novas bursas podem formar-se em resposta a stresses, à inflamação ou a trauma.

5. Quais as bursas (ou bolsas) existentes na articulação do ombro?
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1) uma entre o tendão do músculo subescapular e a cápsula articular, comunicando-se com a articulação através de uma abertura entre os ligamentos gleno-umerais superior e médio;
2) outra separa algumas vezes o tendão do músculo infra-espinhal e a cápsula articular (ocasionalmente abre-se na articulação);
3) a bolsa subacromial, que se encontra entre o músculo deltóide e a cápsula; não se comunica com a articulação, mas é prolongada sob o acrômio e o ligamento coracoacromial, entre elas e o supraespinhal;
4) outra na superfície superior do acrômio;
5) outra é freqüentemente encontrada entre o processo coracóide [v. corac(i/o)] e a cápsula;
6) algumas vezes existe uma atrás do coracobraquial;
7) outra entre o redondo maior e a porção longa do tríceps;
8) uma na frente e outra atrás do tendão do grande dorsal.

6. O que é bursite?

É a condição em que a bursa se torna inflamada ou infectada.

7. Qual a bursa que mais freqüentemente pode sofrer processo inflamatório no ombro, onde e qual é o quadro clínico?

É a bursa subacromial. Quadro clínico:
1) dor à movimentação ativa do braço, especialmente abdução acima de 90º (movimento tais como pentear o cabelo ou alcançar algo com os braços atrás da cabeça);
2) diminuição ou ausência de dor com movimento passivo;
3) ausência de edema, eritema ou calor na articulação do ombro;
4) sensibilidade dolorosa local quando a área da bursa é palpada;
5) piora da dor com resistência à abdução.






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