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Quando a atividade contrátil muscular é aumentada, tal como acontece durante o exercício contra uma resistência, todas as fibras musculares respondem aumentando suas próprias reações bioquímicas, necessárias à atividade aeróbica. Isto é ainda mais facilitado durante o exercício contra resistência feito de maneira regular, por aumento nos capilares musculares e um aumento nos níveis da proteína chamada mioglobina, ambos contribuindo com mais oxigênio para o mecanismo aeróbico. Exercícios contra resistência e de fortalecimento estimulam um aumento na capacidade muscular de metabolizar glicogênio e gordura. Os atletas obtêm uma maior porcentagem de sua energia a partir das gorduras que aqueles indivíduos que são sedentários. A massa muscular aumenta durante o treinamento com pesos e isto é acompanhado por um aumento na síntese de proteína contrátil. Isto explica o porquê do fato do indivíduo aumentar nitidamente a força muscular voluntária, mesmo que não se note o aumento perceptível do tamanho das fibras (e, evidentemente, da massa muscular como um todo), logo nas primeiras semanas após o início de exercícios regulares. Além disso, o treinamento traz para a ação mais unidades motoras. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

À medida que a idade avança, os ossos vão se tornando cada vez mais duros e quebradiços porque há uma maior proporção de minerais e uma menor atividade das células que produzem osso (osteócitos). Este fato, provavelmente, não está diretamente ligado ao envelhecimento em si, mas como um resultado da falta de exercício que afeta o processo de remodelação. O aumento da idade e a inatividade faz com que a proporção (não a quantidade) de cálcio embebido na matriz óssea (substância composta por tecido colágeno e proteína) gradualmente aumente, deslocando (diminuindo) a água. Isso conduz à fragilidade óssea e conseqüente possível fratura a partir de stresses relativamente moderados. No entanto, a perda de massa óssea, dentro de certos limites, é perfeitamente normal (fisiológica). Quando esta perda atinge um nível bastante alto, estaremos frente ao que se denomina osteoporose, havendo nesse caso uma tendência anormal para o osso sofrer uma fratura (em ossos com quantidade maior de um tipo de tecido ósseo denominado esponjoso ou trabecular) – parte proximal do fêmur (quadril), parte distal do rádio (punho) e nas vértebras (coluna). Autor: Dr Abner Carlos Areno

Os cirurgiões ortopédicos lidam com lesões, ferimentos, doenças e alterações do sistema musculoesquelético. De um modo geral, os pacientes não têm noção do controle autônomo, independente, do funcionamento do próprio corpo. Por exemplo, eles não têm noção do aumento de insulina depois de uma refeição rica em polissacarídios ou da resposta do fígado após um estímulo pelo colesterol. Entretanto, a função do sistema musculoesquelético é freqüentemente alcançada e gerida por um ato consciente da vontade. Falhas para alcançar a ação e a função necessárias são, geralmente, rapidamente aparentes. O exame clínico ortopédico poderá ser, como é tradicionalmente feito em outros grupos de entidades patogênicas, baseado em sinais e sintomas, tais como as inflamatórias, infecciosas, vasculares, neoplásicas ou degenerativas. No entanto, pelas características do paciente ortopédico, o exame é usualmente aplicado para a solução de problemas em áreas específicas – joelho doloroso, ombro doloroso etc . Um histórico cuidadoso, isto é, a história que é relatada pelo paciente, fornecerá informação suficiente para, pelo menos, um diagnóstico provisório, que poderá ser confirmado por um exame clínico metódico. Apesar de algumas exceções, os exames subsidiários são a seguir realizados apenas para confirmar o diagnóstico. Em cirurgia ortopédica é relativamente fácil fazer o diagnóstico. No entanto, a escolha do tratamento é que constitui o verdadeiro desafio. Para a decisão do melhor tratamento é essencial a avaliação da dor e quantificar a incapacidade. Esta, de algum modo, será avaliada pela deformidade resultante, tempo de progressão, etc. Entretanto, será determinada principalmente pela limitação resultante quanto às atividades sociais, domésticas, recreativas e profissionais. Apesar das expectativas serem diferentes de paciente para paciente, é necessário definir em que grau a qualidade de vida está comprometida, e isto, é próprio para cada paciente. Somente quando baseado em tais informações é que o cirurgião ortopédico poderá chegar a uma decisão racional. Autor: Dr Abner Carlos Areno

Você já deve ter ouvido alguns comentários ou queixas, tais como: “Está difícil levantar de manhã; não consigo sair da cama…”; “Não durmo há muitas noites, perco o sono…”; “Não tenho conseguido ir a festas; sinto medo, não sei do quê…”; “Não tenho vontade nem de comer; tomar banho é um grande sacrifício, parece que não tenho força…”; “Sinto muita vontade de chorar, sinto um aperto no peito, uma tristeza que parece que não vai acabar…”; “Tenho medo de morrer…”; “Sinto vontade de morrer…”; “Tudo perdeu o sentido, até meus filhos…”, etc. Essas expressões, enfim, são comuns em quem está com depressão. Muitas vezes, para quem ouve, parece uma simples questão de falta de força de vontade, um pequeno estresse, cansaço ou até sentimentalismo excessivo. Há quem diga “que não tem o que fazer deprime”, “é falta do que fazer”. Em alguns casos essas afirmações podem até ser verdadeiras mas, na maioria dos casos, são afirmações errôneas. Em muitos desses casos a pessoa não faz nada ou faz pouco porque não consegue, está incapacitada para tal fim. Existe no cérebro uma substância-chave para o controle do humor e das sensações que trazem o bem-estar, a serotonina. Sabe-se que as crises depressivas coincidem com a diminuição da concentração dessa substância no cérebro. Desse modo, as queixas citadas anteriormente acabam sendo desencadeadas e, por isso, a força de vontade não é suficiente. É fundamental a consulta com um psiquiatra clínico para uma avaliação e, se confirmado o diagnóstico, faz-se necessário o uso de medicação apropriada e acompanhamento periódico. Paralelamente, está indicada avaliação com um psicólogo dando início à chamada psicoterapia para, assim, abordar corretamente o aspecto emocional que envolve essa fase. Do ponto de vista psicológico observa-se que a depressão ocorre por um grande distanciamento de si mesmo, em função das tribulações cotidianas, familiares, sociais, emocionais, profissionais e de uma grande dificuldade de confrontar e resolver suas dificuldades, encarar seus defeitos e limites, enfim sua “doença” ou sua “sombra”. O papel da psicoterapia é permitir esse confronto, através do autoconhecimento. Podemos perceber e descortinar o nosso “eu”, nossas capacidades, nossas possibilidades, nossos limites, nossos defeitos; podemos apreender e conquistar uma maior aceitação desses aspectos para, então, podermos ter as condições de iniciar nossa transformação, nosso amadurecimento emocional e de lidarmos com as fases difíceis mais “inteiros” e corajosos o suficiente para olharmos no espelho da nossa alma. A inconsciência do estado depressivo, na maioria das vezes, traz consigo muitos sintomas físicos como dores de cabeça, náuseas, dores no corpo, dores musculares, taquicardia e mal estar geral fazendo com que a pessoa procure um médico clínico ou cardiologista, nada sendo encontrado do ponto de vista orgânico. É fundamental, por isso, o tratamento correto para o alívio do desconforto causado e, também, para que a pessoa possa desfrutar da sensação a sensação de estar bem e de voltar a ver a “luz no fim do túnel”. Autora: Silvia Castelli Prass Psicóloga com abordagem junguiana (v.junguiano)

Em fisiologia, a dor faz parte de um grupo de sensações chamado de sentidos somáticos. Estes são mecanismos nervosos que coletam informações sensoriais do nosso corpo. Não devem ser confundidos com os chamados sentidos especiais (visão, audição olfação, gustação e equilíbrio). Os sentidos somáticos podem ser classificados em três tipos: 1. Os sentidos somáticos mecanorreceptivos (v.mecanorreceptor), que incluem as sensações táteis e de posição, estas últimas estimuladas pelo deslocamento mecânico de alguns tecidos do corpo. Os táteis incluem os sentidos de tato, pressão, vibração e cócegas; os de posição incluem os sentidos de posição estática e de velocidade dos movimentos. 2. Os sentidos somáticos termorreceptivos (v.termorreceptor), que detectam o calor e o frio. 3. O sentido somático da dor que é ativado por qualquer fator que lese os tecidos. Existem ainda outras classificações das sensações somáticas, agrupadas em outras classes, tais como: 1. As sensações exteroceptivas que são aquelas a partir da superfície do corpo. 2. As sensações proprioceptivas que são as que se referem ao estado físico do corpo, incluídas aqui as sensações de posição, as sensações dos tendões e dos músculos, as sensações de pressão das plantas dos pés e a sensação de equilíbrio (geralmente é considerada como sensação especial, em vez de somática). 3. As sensações viscerais que são as provenientes das vísceras do corpo (quando se usa esse termo, quer-se referir às sensações provenientes dos órgãos internos). 4. As sensações profundas que são aquelas provenientes dos tecidos profundos, como fáscias, músculos e ossos. Nelas estão incluídas a pressão “profunda”, a dor e a vibração. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

Informações referentes ao ambiente externo e interno do organismo, são constantemente enviadas ao sistema nervoso central (SNC) por meio dos órgãos dos sentidos. Na porção inicial desses órgãos existem estruturas especiais, os receptores, cuja função é converter diferentes formas de energia em alterações do potencial de suas membranas (v. membrana celular, potencial de membrana, potencial de repouso e potencial de ação neural). A isso se chama potencial gerador. Posteriormente, as fibras nervosas aferentes (v. fibra nervosa aferente) transformam esse potencial gerador inicial em potenciais de ação que serão transmitidos ao longo dessas fibras até o SNC, levando as informações recebidas a este último onde as mesmas serão processadas. Os receptores agem, assim, como transdutores que transformam um tipo de energia em outro. São, geralmente, terminações nervosas ou células especializadas para essa atividade. São várias as formas de energia que podem ser assim convertidas, pois há receptores sensíveis à energia mecânica (pressão e tato), à térmica (frio e calor), à eletromagnética (luz) e à química (olfação, gustação e teor de CO2 e O2 do sangue). A maioria dos potenciais geradores é produzida, provavelmente, por alterações na permeabilidade das membranas dos receptores. Avaliando-se os receptores do ponto de vista histológico, poderiam ser classificados da seguinte maneira: a) sistema receptor relacionado com sensibilidade somática e visceral, sensível à pressão, vibração, temperatura e dor (é este último, particularmente, que nos interessa). Incluem-se aqui os mecanorreceptores que dão informação sobre o grau de distensão de vísceras ocas, como, por exemplo, o seio carotídeo e os receptores do tubo digestivo e vias urinárias; b) sistema propriorreceptor, que fornece informações sobre a posição, no espaço, dos diversos segmentos do corpo. Esse sistema compreende os receptores da porção vestibular do ouvido, dos músculos, dos tendões e das articulações; c) sistema quimiorreceptor, que participa na gustação e na olfação. Incluem-se aqui os receptores viscerais sensíveis a CO2 e O2 (na parede dos vasos) ou alimentos (na parede do tubo digestivo); d) sistema receptor da audição, responsável; e e) sistema fotorreceptor, responsável pela visão. Receptores da sensibilidade cutânea, profunda e membranas mucosas Estes receptores, de acordo com o seu aspecto morfológico, podem ser divididos em livres e encapsulados, conforme tenham ou não membranas de tecido conjuntivo envolvendo as terminações nervosas. São responsáveis pelos sentidos estudados a seguir. TATO E PRESSÃO: devidos principalmente aos corpúsculos de Meissner, Ruffini, Krause, Merkel, terminações livres e terminações em paliçada ao redor dos folículos pilosos. a) Os corpúsculos de Meissner, freqüentes naderme (papilas dérmicas) da palma da mão, dedos, planta dos pés, são estruturas alongadas que se dispõem dentro de algumas papilas dérmicas. Apresentam-se formados por tecido conjuntivo regularmente disposto, dentro do qual penetram várias terminações nervosas. b) Estudos recentes demonstraram que os corpúsculos encapsulados de Ruffini e Krause, aos quais se atribui a função de sentir variações de temperatura (frio e calor), realmente são responsáveis por sensações táteis. O corpúsculo de Krause é freqüente na pele, mucosas da boca e órgãos genitais. Apresenta-se como uma dilatação com terminações nervosas ramificadas envoltas por cápsula conjuntiva. O corpúsculo de Ruffini tem estrutura semelhante, só que é mais achatado. c) Os corpúsculos de Merkel da pele são compostos de uma célula epitelial especializada, chamada célula de Merkel, que está em contato com fibras amielínicas que penetram a membrana basal e terminam em forma de discos (de Merkel) na parte inferior das células de Merkel. d) O mecanorreceptor mais bem estudado é o corpúsculo de Vater-Pacini, que se apresenta sob a forma de uma terminação nervosa, envolta por delga- das camadas concêntricas de tecido conjuntivo. Adquire, pois, ao corte, o aspecto uma cebola. É encontrado nas camadas profundas da pele, no tecido conjuntivo em geral, incluindo o domesentério e o das vísceras. DOR, FRIO E CALOR: Admite-se que terminações livres, não-encapsuladas, sejam responsáveis pela sensação de dor, frio e calor que pode ser provocada por um excesso de estímulo de qualquer natureza, como pressão excessiva, calor e frio. Sistema propriorreceptor (músculo, articulação etendão) Este sistema compreende: 1. Os mecanorreceptores do aparelho vestibular que informam o SNC independentemente do resultado da ação muscular em termos da alteração de posição e movimento da cabeça. Receptores da pele do mesmo modo contribuem para a propriocepção em sentido amplo. 2. Órgão tendíneo de Golgi – fibras nervosas ramificadas com espessamentos entre as fibras colágenas (v. fibra colágena) dos tendões. Os receptores das articulações e ligamentos são semelhantes, mas alguns possuem formas mais especializadas, como por exemplo os de Vater-Pacini. 3. Os fusos musculares – informam sobre a contração muscular, movimento e alongamento e dá um “sentido muscular” (por exemplo, permitem às pessoas cegas conhecer com precisão a posição de seus membros e regular o esforço necessário para realizar atividades que requerem variações do esforço muscular). Autor: Dr. Abner Carlos Areno

No homem doente, a interpretação dos inumeráveis aspectos que pode assumir a dor física, permanece ainda hoje, assim como nos tempos de Hipócrates na antiga Grécia, uma das colunas centrais para se chegar a um diagnóstico ou excluí-lo. Apesar do contínuo aperfeiçoamento de técnicas instrumentais, laboratoriais e farmacológicas, se existe alguma área onde um médico pode atuar fazendo aquilo que é chamado de arte médica e que tem um caráter perenemente insubstituível é na área da dor. É nessa área que o confronto direto com o paciente se reveste e assume a forma de verdadeiro banco de provas da capacidade profissional do médico. É nesse confronto que se pode demonstrar a vocação à arte entendida no sentido hipocrático, ou seja, no modo correto de praticar a verdadeira medicina. Há, no ser humano, uma intimidade muito grande com a dor, mas, apesar disso, há também uma dificuldade muito grande para sua conceituação. Essa dificuldade é explicitada pelo fato puro e simples de não poder ser quantificada. A dor poderia ser definida com “sensação desagradável produzida pela excitação de terminações nervosas sensíveis aos estímulos dolorosos e classificada de acordo com o seu lugar, tipo, intensidade, periodicidade, difusão e caráter”. A Associação Internacional para o Estudo da Dor definiu a dor em 1979 como “uma sensação desagradável e uma experiência emocional associadas com uma lesão tissular atual ou potencial”. A dor, no entanto, deve ser entendida como um complexo de percepções emocionais, psicológicas e físicas, e não como uma simples mensagem sensorial, assinalando lesão ou dano celular. Mais que isso, é um estado de necessidade do organismo cuja função principal é promover a cura e não apenas evitar a lesão ou sua progressão. Percebe-se, a partir dessa constatação, que existem dois componentes essenciais da dor: um discriminativo e outro afetivo. O componente discriminativo inclui a habilidade de identificar o estímulo como se originando de tecidos viscerais ou somáticos, determinar algumas das propriedades físicas do estímulo e localizá-lo no tempo, espaço e numa escala contínua de intensidade. O componente afetivo é a experiência de aversão, que motiva o comportamento protetor, de escape e de evitação. Só nos Estados Unidos, consomem-se 50 milhões de comprimidos de aspirina por dia, ou mais de 15 bilhões de comprimidos por ano, lembrando que a aspirina é somente um dos vários produtos disponíveis no mercado. A dor é um fenômeno de ampla prevalência no ser humano. Tão ampla que é possível afirmar que a humanidade é uma espécie “dolorida” ou que a dor habita o ser humano. Quem começa uma pesquisa sobre a dor percebe rapidamente que a mesma possui ou acompanha um grande número de nomes específicos: “cefaléia”, “enxaqueca”, “tenossinovite”, “cólica renal”, “reumatismo”, “fibromialgia” (v. em Info Médico), etc. A chamada dor crônica, como na fibromialgia e cefaléia, possui grande proximidade com a depressão e a angústia. A dor de cabeça, particularmente, possui também uma íntima relação com a subjetividade. Lembrar, além disso, que a depressão e a angústia, bem como a conversão muitas vezes se manifestam como dor de cabeça, assim como o contrário, isto é, esta freqüentemente acompanha aquelas. A dor é um mecanismo de proteção do organismo. Acusa os estímulos potencialmente ou realmente lesivos; é, basicamente, uma defesa contra ameaças lesivas ou lesões vindas de fora, da realidade externa ao organismo. Acaba por proteger o organismo pelo fato de provocar uma tensão e ações que procuram evitar ou fugir desses perigos. Atividades simples, como ficar sentado por longo tempo sobre os ísquios, podem causar destruição dos tecidos, podem causar destruição dos tecidos, por causa da diminuição ou mesmo falta do fluxo sanguíneo na pele que fica comprimida pelo peso do corpo, entre os ossos e a superfície onde a pessoa está apoiada. Quando a pele começa a ficar dolorida, como resultado da isquemia, a pessoa, inconscientemente, desloca o peso e muda o apoio. Se o indivíduo perder o sentido da dor, como após lesão da medula espinhal ou em idosos acamados, onde a sensação pode até estar presente, mas coexistindo com dificuldade ou impossibilidade para se movimentar no leito, a pele comprimida pode se lesar a ponto de aparecerem ferimentos (escaras). Minkowski (1973) diz que a dor é um dos elementos essenciais que determinam os limites de nossas relações com o ambiente; contém, de maneira intrínseca, a noção de uma força estranha que atua em nós e que somos obrigados a suportar. A conclusão final é que o ser humano necessita da dor. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

A fibromialgia é uma moléstia complexa, com características sindrômicas (v. síndrome) e só recentemente definida. Apesar de ser uma síndrome, o National Institute of Health (NIH) dos Estados Unidos reclassificou a fibromialgia como doença de fato: é uma enfermidade dolorosa sistêmica crônica, não degenerativa e nem progressiva. Referências na literatura médica remontam ao século XVII, mas, em passado ainda recente, a dificuldade de reconhecimento e conseqüente falta de tratamento adequado para esta enfermidade poderiam ser explicados pela ausência de pesquisa significativa. Hoje em dia, evidências servem de base para o diagnóstico, assim como o tratamento dessa entidade sindrômica. Apesar dessa síndrome ter sido conhecida por outros nomes, a palavra fibromialgia foi introduzida em 1976. Esta palavra é derivada do latim – “fibro”, de tecido fibroso; “mi”, de músculo; “al”, de dor e “gia”, de condição de. Foi, durante muito tempo, conhecida com o nome mal aplicado de fibrosite, porque não há processo inflamatório (o sufixo “ite” equivale, em medicina, a inflamação) – não existe processo inflamatório fazendo parte ou se manifestando em qualquer época do processo evolutivo dessa doença. O sintoma mais importante e evidente é, de longe, a dor. Pacientes com fibromialgia são submetidos, freqüentemente, a vários exames inconclusivos e procuram vários especialistas à procura de diagnóstico e tratamento. Estes pacientes, pelo menos externamente, não tem aparência de portarem alguma doença. Como não se chega a um diagnóstico, isso acaba por induzir o portador dessa patologia a sentir medo, incerteza e frustração, piorando o quadro doloroso. Sabendo-se que não há exames laboratoriais ou outros, atualmente disponíveis, para se confirmar esse diagnóstico, um médico preparado, experiente em obter um bom histórico do paciente, ouvindo suas queixas e fazendo um bom exame físico ainda é o mais importante para se diagnosticar e tratar essa patologia. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

Quanto a idade: a fibromialgia acomete indivíduos de todas as idades. Freqüentemente os sintomas aparecem entre 20 e 55 anos, mas a doença pode também ser diagnosticada na infância. Quanto ao sexo: estudos mostraram que a fibromialgia é de 4 a 7 vezes mais comum em mulheres. Não há explicação para essa incidência maior em mulheres, assim como não há diferença significativa entre meninos e meninas. Quanto a morbidade: o impacto social, emocional, econômico e funcional da fibromialgia na vida do indivíduo é semelhante aos efeitos da artrite reumatóide. Um fato bastante chamativo é que um terço desses pacientes mudaram o tipo de atividade para manterem seus empregos, com diminuição do horário de trabalho diário ou semanal, ou ambos. Muitos pacientes acharam necessária essa mudança para diminuir as exigências e demandas do trabalho e, freqüentemente, com diminuição do aporte financeiro. Nos Estados Unidos estima-se que, aproximadamente, 15% da população com diagnóstico de fibromialgia estão recebendo benefício. Isso representaria para o governo americano cerca de 9 bilhões de dólares. Quanto a freqüência: levando-se em conta as estimativas e estatísticas americanas (não temos, no Brasil, infelizmente, esses dados), relativamente conservadoras, sugerem que 3% a 6% da população geral, incluídas crianças, preenchem os critérios para fibromialgia e, portanto, duas vezes a incidência da artrite reumatóide, naquele país. Os médicos generalistas podem encontrar uma freqüência de cerca de 8% da população geral; no entanto, na prática diária de fisiatras e reumatologistas essa incidência chega aos 15%. Dessa constatação resulta que cerca de 1 em cada 10 pacientes, avaliados na prática médica, têm fibromialgia. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

Várias doenças e patologias associadas podem coexistir freqüentemente com a fibromialgia. Estas condições associadas, se não tratadas corretamente, podem agravar e perpetuar os sintomas da fibromialgia, levando a custos financeiros aumentados, perda de tempo desnecessária e prejuízos ao paciente. Em ordem alfabética, as patologias ou sintomas associados mais comuns seriam: alergia, alterações da motilidade esofágica, alterações vestibulares, ansiedade, artrite reumatóide, cefaléia tensional/enxaqueca, cistite intersticial, depressão, disfunção cognitiva, disfunção tireoidiana, dismenorréia, distúrbios do sono, distúrbios oculares, entesopatias, fenômeno de Raynaud, hiperventilação, infecções, lupus eritematoso sistêmico, moléstia de Lyme, osteoartrites, prolapso da válvula mitral, síndrome da articulação têmporo-mandibular, síndrome da fadiga crônica, síndrome da hipermobilidade, síndrome das pernas inquietas, síndrome de sensibilidade química múltipla, síndrome de Sjögren, síndrome do cólon irritável, síndrome do implante mamário por silicone, síndrome dolorosa miofascial, síndrome pré-menstrual, síndrome uretral feminina, sintomas pulmonares, vestibulite vulvar e vulvodínea. De todas as alterações citadas, as marcadas em itálico no parágrafo acima são as mais comuns e, de certo modo, fazem parte do quadro. No entanto, a síndrome dolorosa (ou de dor) miofascial apresenta quadro clínico semelhante, mas não igual e, portanto, deve fazer parte do diagnóstico diferencial. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

A depressão na fibromialgia é controvertida. Alguns acreditam que, a favor da idéia de que a fibromialgia não é patologia psiquiátrica, não há correlação entre os sintomas da fibromialgia e fatores psicológicos; outros, concluíram enfaticamente que a fibromialgia não é patologia psiquiátrica. Acredita-se que a depressão associada à fibromialgia seja o resultado da dor, privação do sono e fadiga. Além da medicação possível para a depressão, não esquecendo a fadiga e a dor associadas, uma mudança na dieta e a melhora do sono são cruciais. A instituição de um programa de exercícios com a finalidade de reabilitação é muito importante. Alguns autores sugerem que técnicas para modificação do comportamento e a administração do stress também deveriam ser empregadas. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

Estudos têm mostrado que pacientes com fibromialgia apresentam o sono fisiológico alterado. A maior parte desses pacientes experimenta sono não reparador, com fadiga matutina. Durante o sono, o cérebro é muito ativo, comunicando-se incessantemente com o organismo. Muitos neurormônios, anticorpos e outras moléculas são sintetizados durante o período do sono. Quando o sono, do ponto de vista fisiológico, se apresenta alterado, anormalidades bioquímicas podem ocorrer, acarretando alterações em todo o organismo. Estudos, mediante o uso do eletroencefalograma (EEG), mostram que o cérebro apresenta ondas fisiológicas e que são captadas pelo EEG. Basicamente, as ondas captadas pelo EEG, servem para dividir o sono em 2 ciclos sucessivos de ondas – o de movimentação lenta dos olhos e o de movimentação rápida dos olhos, que se alternam em períodos durante o sono, começando sempre com o período de movimentação lenta. A cada ciclo sucessivo, durante o sono, o período de movimentação lenta vai se encurtando e de movimentação rápida vai aumentando. Cada ciclo dura aproximadamente 90 minutos. O ciclo de movimentação lenta é ainda subdividido em 4 estágios: o estágio 1 é de sonolência; o estágio 2 é o de sono leve; os estágios 3 e 4 são de níveis progressivamente mais profundos do sono. Nos estágios 3 e 4 do ciclo de movimentação lenta o EEG mostra um padrão de ondas denominado de ondas delta. Muito do trabalho regulador do organismo, assim como a síntese de muitas substâncias, tais como, anticorpos, hormônio de crescimento e outras substâncias neuroquímicas, ocorrem durante o ciclo de movimentação lenta dos olhos. O ciclo de movimentação rápida dos olhos é considerado o período dos sonhos. Neste estágio, o organismo apresenta uma completa perda de tônus muscular, conhecido como paralisia flácida, e não pode se mover. Durante essa parte do sono, a consolidação da memória pode ocorrer, mas ainda há desacordo sobre o que acontece exatamente durante esse período. Alguns pesquisadores encontraram que durante a vigília (pessoa acordada) o cérebro gera um tipo de onda denominado de ondas alfa. O distúrbio do sono é considerado um achado intimamente ligado à fibromialgia. Cerca de 70% dos pacientes com fibromialgia reconhecem que existe ligação de sono ruim e aumento da dor, além do fato de não se sentir descansado ao levantar, fatigado e, do ponto de vista emocional, angustiado. Alguns pesquisadores estudaram o sono na fibromialgia, confirmando a alteração da fisiologia do sono. Essa anormalidade foi identificada como uma intrusão de ondas alfa no estágio 4 do período de movimentação lenta dos olhos. Outros autores descrevem a associação de alteração do sono fisiológico e presença de sintomas somáticos como síndrome do sono não restaurador. Alguns autores acreditam que o distúrbio do sono esteja ligado a numerosas alterações metabólicas associadas com a fibromialgia, incluindo níveis anormais de neurotransmissores (serotonina, substância P) e substâncias de caráter imunológico (hormônio do crescimento, cortisol e interleucina-1). Estes autores propõem que estes desequilíbrios metabólicos sejam responsáveis pelo aumento dos sintomas associados ao distúrbio do sono por intrusão de ondas alfa por dificultar a reparação tissular e alterando a ação imunorreguladora do sono. Estudos mostram que a maior intensidade de intrusão de ondas alfa ocorre durante as primeiras horas do sono, diminuindo progressivamente durante a noite para níveis normais no início da manhã. Alguns pesquisadores notam que esta hipótese se correlaciona bem com a queixa freqüente de que o melhor sono é obtido somente no início da manhã, poucas horas antes de se levantar. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

A fibromialgia e a síndrome dolorosa miofascial (SMD), aparentemente, são semelhantes em alguns aspectos mas definitivamente não são a mesma doença. Podem coexistir e, nesse caso, exibir um quadro clínico complexo. A fibromialgia é uma condição de hipersensibilidade dolorosa generalizada, com pontos dolorosos (ou de dolorimento) musculares. Os pontos dolorosos são áreas de tecido muscular sensível e susceptíveis à dor por compressão. Os pontos da fibromialgia são dolorosos localmente à pressão sem a presença de dor referida. Por outro lado, a SMD é considerada como doença dos pontos-gatilho. À semelhança dos pontos dolorosos, os pontos-gatilho são pequenas áreas do tecido muscular e/ou sua fáscia associada dolorosos à pressão. No entanto, como diferença importante dos pontos dolorosos, quando uma pressão é aplicada ao ponto-gatilho pode ocorrer dor não somente no local da pressão mas, também, em local distante do ponto pressionado (área ou zona de dor referida). Os pontos-gatilho são encontrados nas bandas de tensão (faixas ou bandas de tecido mais tenso) no interior das fibras musculares e que são associados com a resposta de contratura súbita. Essa resposta de contratura local é uma contração transitória involuntária das fibras musculares da banda de tensão e que pode ser evocada ou produzida beliscando-se ou pinçando-se as bandas de tensão. Alguns autores afirmam que ambas as patologias, se coexistirem, podem aumentar e perpetuar os sintomas de uma e de outra. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

1. Manter sempre horários regulares para deitar e levantar. 2. O local do leito deve ser o mais agradável possível, evitando locais ruidosos, iluminados, muito quentes ou muito frios. 3. Usar o leito somente para dormir ou o ato sexual. 4. Ir para o leito somente quando estiver com sono. 5. Levantar-se se estiver sem sono. 6. Evitar fumar ou ingerir bebidas alcoólicas ou que contenham cafeína (café, refrigerante, chá, chocolate, etc.). 7. Fazer refeições leves à noite, evitando sempre ir para o leito com fome ou sede. Por outro lado, evitar excesso de líquidos à noite. 8. Não fazer exercícios físicos próximo ao horário de dormir. 9. No leito, antes do sono: somente pensamentos agradáveis. 10. Remédios para dormir: somente com prescrição médica. Observação: existem médicos especializados em distúrbios do sono. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

A inflamação, com seus sinais clínicos evidentes, é conhecida desde a época clássica dos gregos (phlogosis em grego e inflammatio em latim). Celsus, no século II de nossa era, descreveu os quatro sinais clássicos da inflamação: rubor (eritema), calor (temperatura elevada), tumor (edema) e dor (algia). O que é e como se caracteriza a inflamação? Inflamação é a reação de um tecido e de sua microcirculação a uma lesão patogênica e se caracteriza pela produção de mediadores inflamatórios e movimentação de líquido e leucócitos do sangue para os tecidos extravasculares. Do mesmo modo que os mais variados estímulos nocivos exógenos e endógenos podem ser a causa de lesão celular, também podem provocar um tipo de reação complexa, no tecido que possui irrigação sanguínea, denominada inflamação. A reação mais típica é a que se apresenta nos vasos sangüíneos. Essa reação vascular faz com que haja acúmulo de líquidos e leucócitos nos tecidos extravasculares. O interessante e freqüentemente esquecido é o fato de que a resposta inflamatória está intimamente ligada ao processo de reparação do local, inclusive do tecido eventualmente lesado. Quais são os objetivos finais do processo inflamatório? Basicamente, esse processo tem por função destruir, diluir ou limitar e encerrar o agente lesivo. No entanto, a inflamação coloca em ação uma seqüência de eventos fisiológicos que reparam e reconstituem o tecido danificado. Essa cicatrização começa já nas fases iniciais e, em última análise, termina assim que os agentes nocivos endógenos ou exógenos são neutralizados. Dessa maneira, o tecido porventura lesado é substituído através de regeneração de células do parênquima tecidual, por preenchimento do defeito residual com tecido fibroso (cicatrização) ou por combinação dos dois processos. Um segundo objetivo seria livrar o tecido (ou tecidos) e, em última análise, o organismo da causa inicial da lesão celular e das respostas àquela lesão (lesões celulares e tecidos necróticos). Sem a presença do processo inflamatório, uma infecção seguiria sem qualquer limitação, não haveria a cicatrização das feridas e os órgãos lesados seguiriam assim permanentemente, podendo levar o indivíduo à morte. É bom lembrar, no entanto, que a inflamação e a cicatrização (reparo tecidual) podem ser lesivos. Em que ocasiões? Por exemplo, reações de hipersensibilidade que podem ameaçar a vida (picadas de insetos, drogas e toxinas) ou serem o início de algumas doenças de caráter crônico (artrite reumatóide, fibrose pulmonar e aterosclerose). A própria reparação, feita por fibrose, pode produzir cicatrizes muito feias (pele) e, no caso particular das articulações, aderências que limitam o movimento normal ou aumento de volume permanente (facilmente perceptível nas articulações interfalangianas das mãos). Como visto acima, o processo inflamatório ocorre em tecido conjuntivo que possua vascularização – tecidos onde não existem vasos sangüíneos não cicatrizam, como, por exemplo, a porção mais interna dos meniscos do joelho, cuja nutrição se faz pelo líquido intra-articular sinovial e não através de vasos. Nos locais vascularizados, a resposta inflamatória inclui o plasma com suas células circulantes, vasos sangüíneos e os constituintes celulares e extracelulares do tecido conjuntivo. a) células circulantes: incluem neutrófilos, monócitos, eosinófilos, linfócitos, basófilos e plaquetas. b) células do tecido conjuntivo: mastócitos, com íntimo contato com os vasos sangüíneos, os fibroblastos, os macrófagos residentes e linfócitos eventuais. c) matriz extracelular: 1. proteínas fibrosas estruturais: colágeno e elastina; 2. glicoproteínas: fibronectina, laminina, colágeno não-fibrilar, tenascina e outras; 3. proteoglicanas e 4. membrana basal (componente especializado da matriz extracelular): glicoproteínas aderentes e proteoglicanas. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

Revista Unibanco 311 – Jan/fev 2004 – Pauta: LER/DORT Entrevistado: Dr. Maurício Pinto Rodrigues Reportagem e redação: Eduardo Cordeiro QUALIDADE DE VIDA Movimento pela vida: Cuidados simples, mas importantes no dia-a-dia, são fundamentais para vencer uma batalha silenciosa. Inimigos ocultos, identificados por uma série de nomes genéricos e com capacidade de provocar grandes prejuízos para profissionais e empresas de todo o mundo, merecem atenção especial. Por trás de siglas como LER (lesões por esforços repetitivos), Dort (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) e Amert (afecções músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho), só para citar algumas, estão doenças que afetam tendões, músculos, nervos, ligamentos, sinóvias (tecido produtor do líquido sinovial, que lubrifica a cartilagem articular) e fáscias (tecido fibroso que reveste os músculos). Geralmente relacionados a postura inadequada e a esforços repetitivos, realizados por longos períodos, sem pausa para recuperação muscular, esses distúrbios podem ser provocados por fatores presentes tanto no ambiente de trabalho quanto naqueles voltados a atividades de lazer. O uso em excesso de microcomputador ou de vídeo-game, a execução de trabalhos manuais, como tricô e crochê, e a prática, sem orientação adequada, de esportes como tênis, musculação e atletismo são capazes de levar ao desenvolvimento de lesões. Da mesma forma, tocar piano ou violão, sem respeitar os limites do corpo, é uma atividade de risco. Como explica o médico ortopedista e membro titular das Sociedades Brasileiras de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e de Cirurgia da Mão (SBCM), Maurício Pinto Rodrigues, no ambiente de trabalho é possível enumerar alguns fatores que devem ser evitados. Jornadas extensas, com períodos de pausa insuficientes, mobiliário inadequado, postura incorreta e níveis elevados de estresse, associados ao sedentarismo e à baixa resistência física das pessoas, formam o ambiente ideal para o desenvolvimento de diversas patologias que acometem a coluna vertebral e membros. No Brasil ainda não existem estudos mais abrangentes, capazes de revelar a exata dimensão do problema. Porém, iniciativas de entidades como o Cerest (Centro de Referência de Saúde do Trabalhador), mantido pelo Governo do Estado de São Paulo, e o Centro de Referência do Trabalhador, da Prefeitura do Município de São Paulo, fornecem pistas da existência de um quadro preocupante no que diz respeito à extensão e às conseqüências do problema. O melhor remédio Esse panorama coloca a classe médica e toda a sociedade diante de um grande desafio: reverter o número crescente de casos registrados de doenças como tendinite (inflamação dos tendões), tenossinovite (inflamação do tecido que reveste os tendões), bursite (inflamação das bursas, pequenas bolsas situadas entre os ossos e tendões das articulações dos ombros), só para citar as mais conhecidas dentro de um universo de mais de uma dezena de males. Além das sérias conseqüências para os portadores, nos estágios mais avançados os tratamentos e medicamentos atualmente utilizados têm eficácia reduzida. Mesmo nos casos tratados com sucesso, o paciente é submetido a uma série de procedimentos e permanece impossibilitado de realizar todas as suas atividades por longos períodos. Portanto, a prevenção é a melhor estratégia. “Hábitos saudáveis de vida, como uma alimentação balanceada, respeito ao horário de sono e a prática regular de exercícios físicos são essenciais”, destaca o Dr. Rodrigues. Com relação à atividade física, o especialista destaca mais uma constatação dos peritos. “Além de reduzir os níveis de estresse, outro fator de risco, os exercícios propiciam um bom condicionamento, reduzindo as chances de lesões”, revela. Postura inadequada e a falta de atenção aos intervalos para relaxamento e de descanso necessários após períodos de atividades físicas repetitivas, também devem ser evitadas. Nas paradas para descanso, cuja freqüência e duração depende do tipo de atividade executada, alongamentos são sempre bem-vindos, pois propiciam a alimentação e a oxigenação dos tecidos musculares trabalhados. Para manter-se bem • A altura de mesas e cadeiras precisam estar ajustadas às necessidades de cada usuário. • A temperatura e luminosidade do local de trabalho também devem ser ideais. • Pratique exercícios físicos regularmente, mas somente com a supervisão de profissionais capacitados. • Prefira uma alimentação balanceada e evite excessos. • Durma o tempo necessário para sentir-se revigorado. • Faça alongamentos regularmente. Se possível, participe de sessões de ginástica laboral. • Tenha um hobby, capaz de reduzir o estresse do dia-a-dia. Autor: Dr. Maurício P. Rodrigues

(O pé: biomecânica) O pé é um segmento do corpo humano que, assim como os demais órgãos, necessita ser tratado com toda atenção. Além da sua função de suportar carga passivamente ele apresenta também a possibilidade de se ajustar em terreno irregular e manter o equilíbrio e ainda funciona como órgão de propriocepção, com importante ação na aceleração e desaceleração. Serve como elo do corpo com o meio ambiente. De um modo geral o pé humano é visto como uma estrutura semi rígida com a função principal de proporcionar um suporte estável para o corpo. No entanto, está mal desenhado para esta finalidade – quando a posição ereta é tomada por algum tempo é comum sentir-se uma sensação de fadiga ou mal estar nos pés; muitos preferem sentar-se ao invés de ficar de pé. Quando os pés estão dentro de um padrão normal é menos cansativo caminhar, saltar, correr e até dançar do que permanecer ortostática (v. ortostático). Estes fatos tornam evidente que os pés humanos se desenvolveram como um mecanismo dinâmico que funciona como parte integral do sistema locomotor e não apenas como uma estrutura estática apenas para suportar o peso do corpo. “É importante ter o conhecimento de que o homem que deambula é uma máquina física e um organismo biológico e como tal é submetido às leis físicas do movimento e às leis biológicas da ação muscular. A locomoção humana é composta por forças físicas e biológicas que se integram promovendo uma eficiência máxima a um custo mínimo” – Roger A. Mann. Segundo estudos realizados por Popova em 1935, a locomoção do ser humano (bípede) é um processo de aprendizado e não um resultado de reflexo inato. A forma de caminhar do ser humano tem o mesmo padrão, porém devido a diversos fatores, como exemplo a estatura, a distribuição da massa corpórea nos diferentes segmentos, diferentes calçados, etc., cada indivíduo apresenta sua característica própria e, daí, podermos reconhecer, mesmo à distancia, a aproximação de alguém que já conhecemos. O ortopedista, principalmente o especialista em medicina e cirurgia do pé, tem que ter um bom conhecimento da biomecânica do pé. Desde 12/12/1975 existe a Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé que coordena os ortopedistas nesta especialidade, fornece o título de subespecialista e promove congressos para atualização, periodicamente. Autor: Dr. Lucio A. Lovisotto

A biomecânica é um ramo da biologia que se ocupa das leis da mecânica às estruturas orgânicas vivas, especialmente quanto ao sistema locomotor do corpo humano. O sistema músculo-esquelético pode ser comparado a u’a máquina, capaz de realizar trabalho mecânico através de seu sistema de forças musculares, alavancas ósseas, centros de rotação articular e segmentos corporais que fornecem peso e massa. Existe uma tendência natural em se decompor o sistema esquelético e pensar-se em cada parte isoladamente, mecanicamente falando. Este tipo de “visualização” é muito interessante para se resolver um problema específico, mas muito perigoso por mostrar um caráter excessivamente mecanicista… O ser humano ainda é um mistério, mesmo depois de “juntarmos” todos os seus tecidos, órgãos e sistemas no laboratório. Em particular, nossa estrutura esquelética é mais que simplesmente uma “caixa” ou “armação” feita para conter nossos órgãos vitais ou servir de “alavanca” para a ação dos músculos. Nossos músculos são mais que uma união de “motores” e “polias”; nossos nervos, mais que simples “fios condutores”; nossos vasos (artérias, veias e linfáticos), mais que meros “condutores de fluídos”. Um indivíduo é uma unidade biológica maravilhosamente integrada e não apenas a simples soma de suas partes. Ou seja, o ser humano deve ser estudado e entendido como um todo, completo e indivisível. A partir do nascimento, o homem, como ser bípede, adquire uma arquitetura que o direciona no sentido de possuir agilidade, força, alavancas, mobilidade e balanço contra a constante ação da gravidade. Quando a biomecânica normal é mudada, mesmo que sutil, alterações ocorrem por causa da intrincada inter-relação de nossos sistemas estruturais e funcionais. A adaptação ao stress depende de forças controladoras e coordenadoras existentes no interior do organismo – a soma de todos os sistemas do corpo, direta ou indiretamente. Assim como a totalidade de todos os ossos forma o sistema esquelético, cada osso individualmente pode ser considerado com um órgão e uma “ferramenta” altamente complexa. Em termos de biomecânica, o esqueleto pode ser considerado como um sistema de alavancas que são movidas por músculos ou forças externas. O tipo, alcance e força do movimento são governados pela natureza das articulações entre as partes que se movem, os comprimentos das alavancas ósseas, o tamanho e arranjo dos músculos que atuam sobre aquelas alavancas e o peso da carga a ser movido. O sistema ósseo permite um suporte semelhante a uma viga mestra antigravitacional para todos os vertebrados e serve como local de inserção para músculos e tendões; os ossos longos, em particular, funcionam como alavancas que tornam o movimento e a locomoção possíveis. Os ossos possuem a capacidade intrínseca para detectar mudanças em seu ambiente funcional e subseqüentemente uma resposta apropriada. De fato, a capacidade do esqueleto suportar com sucesso as forças externas é somente alcançada e mantida graças a remodelação para adaptação do tecido ósseo poder ser tão responsiva à demanda de forças agindo sobre ele (Lei de Wolff – quando stresses são aplicados a um osso, as trabéculas ósseas se desenvolvem e se alinham para se adaptar a essas linhas de stress). Autor: Dr. Abner Carlos Areno

O uso excessivo das extremidades pode levar a patologias traumáticas e ortopédicas. Três são as causas principais: fricção, esforço e isquemia (afluxo de sangue insuficiente ou diminuído). 1. Fricção: um tendão ou uma bolsa sinovial podem estar sujeitos durante a movimentação articular a uma fricção excessiva dentro de uma bainha fibrosa ou contra uma proeminência óssea. Tem início uma reação inflamatória e conseqüente processo doloroso. 2. Esforço: esforços repetidos ou ocorrendo sem a devida proteção podem resultar no rompimento de fibras musculares ou tendíneas, em fraturas incompletas ou em lesões por impacto da cartilagem articular (geralmente da patela). Ocasionalmente, uma força súbita e excessiva pode levar a uma ruptura completa de um tendão ou de um músculo. 3. Isquemia: geralmente ocorre em músculos que se encontram encerrados de maneira firme aos compartimentos fasciais (v. fascia). A isquemia pode ser relativa, surgindo apenas quando uma atividade excessiva exige necessidades de suprimento sangüíneo que não conseguem ser alcançadas; pode também ser absoluta, quando o edema (acúmulo de líquido) no interior do músculo provoca inchaço em um compartimento apertado. 4. Atividade física amadorística: o início de atividade física, especialmente nas pessoas sem condicionamento físico, pode representar risco elevado para o esportista de ocasião. Os problemas podem variar de uma simples contratura muscular até a ruptura de músculos e tendões e até fraturas por stress ou por arrancamento (como já visto anteriormente). Antes de começar a caminhar, correr ou jogar tênis, por exemplo, é bom procurar orientação médica e de profissionais especializados no preparo de atletas e desportistas. Lembrar sempre que o aquecimento e os alongamentos são muito importantes em qualquer atividade física onde haja algum grau de sobrecarga, seja óssea ou muscular. O stretching (alongamento) global ativo é uma modalidade nova no esporte como profissão. O objetivo dessa modalidade de alongamento é deixar o corpo do atleta em condições em condições de realizar qualquer tipo de exercício ou intensidade de esforço físico sem risco de contraturas, estiramentos e rupturas musculares, trabalhando todas as cadeias musculares. Devem ser feitos dez minutos antes de se iniciar o aquecimento de qualquer atleta que se disponha a utilizar ao máximo suas potencialidades. Por outro lado, lembrar também que em determinados esportes, como no tênis, há a necessidade de se fazer, posteriormente, um relaxamento muscular – no caso do tênis, o atleta precisa deixar os músculos do membro superior retesados, tensos, para bater na bola com firmeza; daí a necessidade de se fazer, em seguida, um alongamento ou relaxamento muscular. Autor: Dr. Abner Carlos Areno

A psicologia e, mais especificamente, a psicoterapia clínica contribui com as outras ciências e áreas da saúde na busca da integração do homem, aqui incluídos o corpo e a mente, e do estar e sentir-se bem na vida e no ambiente. 1. O trinômio estresse + tensão + dor Na estressante agitação da vida atual, o ser humano vive sob constante pressão vinda do exterior e, também do nosso interior. Esse estado de freqüente tensão acaba por provocar comprometimento para nossa saúde física, emocional e psicológica. Por conseqüência, na prática diária, encontramos pessoas com sérias queixas de dores musculares, músculos tensos e dolorosos, dor no pescoço, nos ombros, na região lombar ou dorsal; cada vez mais são encontrados pacientes com quadros agudos ou crônicos de tendinites, tenossinovites e fibromialgia. Percebemos que o “humano habita na dor…” e, ao mesmo tempo, quer livrar-se dela. Por outro lado, percebe-se que antes ou depois da dor corporal estão instaladas outras dores, as dores emocionais. 2. A luta titânica no cotidiano Nossa história de vida seja no âmbito pessoal, familiar, da infância; nossos amores, desamores, perdas, faltas, ausências, rompimentos afetivos, tristezas, alegrias, mágoas, ressentimentos, enfim, todas as experiências pelas quais passamos, deixam suas marcas na nossa alma e também no nosso corpo. Vivemos constante luta interna, física ou mental de saúde versus doença. A primeira se fortalece constantemente com sentimentos ou sensações boas, que nos fazem bem, prazerosas e gratificantes. Por outro lado, sentimentos ou sensações que de alguma maneira nos agridem, nos fazem mal, nos deixam mal. É possível evitar esses últimos? A resposta é um belo e sonoro não, porque são necessários. O bem e o mal fazem parte da vida, assim como a luz e a sombra, o calor e o frio, a saúde e a doença. É na busca incessante da compreensão e do conhecimento de nossas virtudes e de nossas limitações, de nosso lado doente e de nosso lado sadio que alcançamos o equilíbrio e a cura de nossas dores do corpo e da alma. Essa luta incessante, essa epopéia da busca de curar as dores emocionais e a própria dor física, expressa por tensões musculares crônicas, cervicalgias, lombalgias e outras dores de caráter crônico, pode desembocar em depressão. 3. Depressão: o emocional agredido A depressão, considerada por muitos como a doença do século, acomete a todos, indistintamente: jovens e velhos, ricos e pobres, cultos e incultos. Perfis totalmente diferentes acabam sendo “contaminados” por esse mal. Essa “contaminação” pode vir de fora, ou seja, pode ser causada por situações ditas externas, tais como doenças em parentes, desemprego, separações e perdas; ou as internas, tais como distúrbios hormonais, predisposição pessoal, etc. Seja com for, os sintomas são muito parecidos: desânimo, falta de energia, vontade de permanecer deitado, freqüentemente acompanhados de tristeza, angústia, insônia e sensação de aperto no peito. Esses pacientes tendem, muitas vezes, a reagir de maneira desproporcionada a essas agressões, piorando o quadro e como que fechando um ciclo em que não vislumbra “luz no fim do túnel”. Outros sintomas podem aparecer, complicando a vida da pessoa, tais como confusão, esquecimento e falta de concentração. As assim chamadas funções cognitivas podem estar tão alteradas que levam a pessoa à incapacidade de realizar atividades usuais do cotidiano normal de qualquer pessoa. 4. A importância da psicoterapia no tratamento Como qualquer outra doença, a pessoa com depressão precisa de ajuda médica, através de correta e necessária medicação. Associada à medicação e orientação por parte do médico, levando-se em conta a associação freqüente de patologias basicamente ortopédicas, podem se fazer necessários o concurso de tratamento fisioterápico, por meios físicos ou exercícios específicos, melhora da postura ou técnicas de relaxamento, acupuntura, etc. No entanto, em uma grande porcentagem de casos, a medicação adequada e todo o tratamento paralelo e associado, acabam não sendo suficientes. É aí que entra a ajuda psicológica (psicoterápica). Essa ajuda vai ao encontro de fazer o paciente se conscientizar de que precisa de ajuda, de apoio e orientação; de fazê-lo reconhecer o espaço em que vive, de fazê-lo compartilhar, compreender, aceitar e, muitas vezes, saber conviver com a dor. A pessoa com quadro de depressão necessita de um espaço terapêutico para falar de sua dor, de seus sintomas; também para repassar sua história, resgatar sentimentos; enfim para aliviar seu fardo e conseguir vislumbrar a “luz no fim do túnel”. O homem deve sempre ser visto como um todo, algo único e indivisível; um todo compreendendo corpo e mente. De nada adianta tratarmos o físico se esquecermos do emocional. É o fato de cuidarmos de ambos que nos permite manter ou recuperar plenamente nossa saúde. Nesse ponto a ajuda do psicólogo é fundamental. 5. Tipos de atendimento psicoterápico disponíveis – Individual: quando o atendimento é prestado somente ao paciente que busca o trabalho psicoterápico; – Em grupo: quando se atende um grupo de pessoas apresentando sintomas comuns – grupos de dor, de gestantes, de depressão e também de LER/DORT; – Verbal: quando o falar para o paciente é sua maior necessidade; – Corporal: quando o paciente precisa também obter maior conscientização corporal; pode, muitas vezes, estar integrada e associada com a terapia verbal. Outros serviços prestados pela psicologia: – Ludoterapia ou psicoterapia infantil. – Orientação vocacional. – Seleção e avaliação profissional. – Treinamento de pessoal nas áreas de Atendimento, Gerencial e Vendas. Autora: Silvia Castelli Prass Psicóloga com abordagem junguiana (v.junguiano)

A Fisioterapia utiliza diferentes agentes físicos (água, sol, calor, gelo, eletricidade, luz, ultra-som, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças. A finalidade desta página é fornecer ao internauta alguma noção a respeito das terapias existentes na prática do dia-a-dia. Para fins práticos, esses diferentes meios são divididos em termoterapia. Autora: Ft. Cássia Regina Moreno Pereira

PREVENÇÃO Exercícios de alongamentos musculares antes de cada atividade física devem ser obrigatórios. Previnem lesões musculares e tendinosas, evitam as dores musculares e aumentam a amplitude dos movimentos articulares. Competições escolares antes dos 12 anos devem ter apenas caráter lúdico (divertimento), sem sobrecarga física ou emocional. O aquecimento antes das atividades físicas é de fundamental importância. Por aumentar a temperatura corporal, aumenta a força de contração muscular (otimizando a coordenação neuromuscular), prevenindo a ocorrência de lesões musculares e promovendo uma predisposição psíquica à performance. Para cada grau de temperatura do corpo aumentado, o metabolismo celular aumenta em 13%, provocando rápida liberação de oxigênio do sangue para os músculos. Tomar vitaminas associadas a sais minerais. É muito importante a prática de esportes na adolescência pois desenvolve um senso crítico em relação à saúde e afasta os jovens do álcool, das drogas e do fumo. A ingestão de líquidos é importante durante a atividade física, principalmente em temperaturas altas, para repor a perda de líquidos provocada pelo suor. O estresse físico em crianças é conseqüente a não obediência aos limites físicos e psicológicos, quando submetidas à sobrecarga em busca de resultados esportivos em escolas onde os professores são mal orientados ou, então, por pais que exigem excessivamente de seus filhos. A conseqüência é uma síndrome psicossomáticaidentificada por vertigens, tiques nervosos, enurese noturna, poliúria, diarréia, anorexia, vômitos, dificuldades no aprendizado e transtornos de caráter. O intervalo nos jogos é importante para melhorar as condições físicas para o tempo seguinte. Algumas providências a serem tomadas consistem em: 1. manter as pernas elevadas por, pelo menos, 5 minutos e apoiadas em superfícies macias; 2. não apoiar as costas em chão ou quaisquer superfícies frias ou úmidas; 3. urinar; 4. beber água fresca ou suco de laranja e 5. usar algum tipo de agasalho se estiver frio. LESÕES MAIS COMUNS Câimbra: é uma forte contração muscular, súbita, aguda, prolongada e involuntária. No esportista pode ser por excesso de ácido láctico ou por fadiga aguda das fibras musculares. Conduta: deve-se alongar o músculo que sofreu a contratura. Se for o músculo da panturrilha, deixar o joelho estendido e forçar o pé para cima (flexão dorsal do pé) por aproximadamente 30 segundos. Distensão muscular: trata-se de rotura parcial (algumas fibras) ou total de um músculo. A causa é um movimento brusco e intenso durante a contração muscular ou quando o movimento se faz contra resistência. Conduta: aplica-se gelo imediatamente no local da dor por 30 minutos e repetir a cada 3 horas nas primeiras 24 horas. No dia seguinte, o gelo deve ser usado em intervalos maiores, a cada 4 horas. Nos casos graves, com ou sem hematoma, pode-se imobilizar de imediato para alívio da dor e iniciar o uso de medicação antiinflamatória. Assim que possível, iniciar tratamento fisioterápico para melhora da dor, se houver (através de ondas curtas ou ultra-som), e exercícios (assim que o quadro permita). Durante o período de tratamento (cicatrização), fazer controles com ultra-sonografia para avaliação. Entorses: são lesões causadas, geralmente, por movimentos intensos e bruscos em uma articulação, contra uma resistência. Ocorre uma distensão ou rotura dos ligamentos e da cápsula articular da articulação afetada. Conduta: a colocação de gelo deve ser imediata, por 30 minutos e repetida a cada 3 horas, acrescido de medicação antiinflamatória. Após avaliação ortopédica, imobilizar (goteira gessada ou outro tipo de imobilização). Nos casos graves, o paciente deve ser submetido a exames radiológicos para se evidenciar a presença ou não de fraturas, luxação ou subluxação. Nos entorses de tornozelo (muito freqüentes nos esportes), a fisioterapia deve ser iniciada, logo que possível, para melhorar a propriocepção. Nos casos mais graves a imobilização deve durar mais tempo (o tempo dependerá do grau da lesão). O tratamento fisioterápico pode ser iniciado logo após a retirada da imobilização. Contusões: podem ser moderadas leves, moderadas ou graves. Conduta: inicia-se o tratamento com gelo local (como nas distensões e entorses). Nos casos mais graves, deve-se fazer avaliação ortopédica. Radiografias poderão ou deverão ser feitas para se afastar a possibilidade da ocorrência de fraturas. Deve ser orientado repouso, ou então, a imobilização (nos casos graves) deve ser concomitante ao uso de antiinflamatórios. Dependendo do caso, poderá haver necessidade de tratamento fisioterápico. Escoriações: perda de substância limitada apenas às camadas superficiais da pele (eventualmente, poderão ser associadas às lesões descritas anteriormente). Conduta: é importante fazer a limpeza local com água, soro fisiológico e anti-sepsia. Em certos casos, o reforço de vacina antitetânica é imprescindível. Ferimentos corto ou lácero-contusos: ferimentos onde há solução de continuidade da pele (associados ou não às outras lesões descritas anteriormente). Conduta: limpeza local com soro fisiológico e anti-séptico. Se houver ferimento, sutura do mesmo. Traumas da coluna: qualquer trauma que atinja a coluna, em qualquer um de seus níveis (cervical, dorsal, lombar, etc). Conduta: nos traumas mais intensos, principalmente na região cervical (pescoço), é importante evitar-se a movimentação do local. Manter a coluna estendida e, se houver necessidade de remoção para avaliação médica, esta deve ser realizada por pessoal treinado para evitar-se que uma lesão, aparentemente simples, ocasione complicações neurológicas graves comoparaplegia ou tetraplegia. Traumas das extremidades (membros): com suspeita de fratura. Conduta: imobilizar as articulações (proximal e distal) do segmento afetado com talas (gessadas, metálicas ou até madeira) até que sejam feitos a avaliação ortopédica e radiológica e tratamento adequado. Traumas da cabeça: as lesões mais freqüentes são o céfalo-hematoma [v. cefal(o) e hematoma] ou as difusas, do tipo concussão. Conduta: em quaisquer casos, avaliação médica. Se necessário, avaliação com neurocirurgião. Autor: Dr. Lucio Lovisotto






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